Bolsonaristas atacam Barbosa e Lula e citam mensalão; esquerda celebra
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, têm atacado o ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa, que declarou voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno das eleições, que acontecem no domingo (2). A esquerda celebrou o apoio.
Além de pedir votos para o petista, Barbosa chamou Bolsonaro de "péssima escolha" desde 2018, quando foi eleito, e afirmou que "nas grandes democracias, Bolsonaro é visto como um ser humano abjeto, desprezível e uma pessoa a ser evitada".
Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador e filho do presidente, rebateu as críticas do ministro aposentado e disse que "'Abjeto' é roubar a educação, a saúde, a segurança e a esperança do povo brasileiro".
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, compartilhou um vídeo de quando Barbosa foi relator da ação penal do mensalão, esquema de corrupção com relações com o governo petista. Na gravação, o ministro aposentado diz que Bolsonaro foi o único a votar contrário ao PT.
O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PL-SP) apontou que a declaração de Barbosa seria um "desespero" do sistema e chamou Lula de "pai do mensalão".
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) falou que o ministro aposentado é um "grande jurista" e "deu o recado": "Vamos eleger Lula no primeiro turno e nos livrarmos de Bolsonaro. O brasileiro não aguenta mais esse governo desprezível".
O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que "Joaquim Barbosa define bem quem é Bolsonaro".
Nos últimos anos, Barbosa chegou a se filiar ao PSB, e ensaiou se candidatar à presidência pelo partido em 2018. Em 2022, o ministro chegou a ser encorajado por amigos na política e no mercado financeiro a se candidatar, mas acabou não se movimentando nesse sentido.
Na última semana, o autor do impeachment de Dilma Rousseff, Miguel Reale Júnior, também gravou um vídeo em que pede voto em Lula "para que o país não viva sobressaltos" e evite "ameaça de golpe".
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