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Lula diz que já andou armado, após afirmar que nunca teve interesse em arma

Do UOL, em São Paulo

28/09/2022 10h13Atualizada em 28/09/2022 12h46

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu duas declarações contraditórias sobre porte de armas em eventos de campanha neste mês. Ontem, em encontro com personalidades do esporte, o petista disse já ter andado armado quando era mais jovem. Três semanas antes, em encontro com empregadas domésticas, afirmou nunca ter tido interesse em armas.

Em ambas as ocasiões, Lula criticava a política armamentista do governo de Jair Bolsonaro (PL), seu principal adversário na corrida à Presidência.

Eu, quando namorava, muito tempo atrás, eu tinha uma garruchinha 22, porque andava do Parque Bristol até a Vila Liviero [bairros da zona sul de São Paulo] à meia-noite. Namorava até as 23h30 e aí tinha que sair a pé. Era longe 'pacas' e não tinha ônibus. Lula em evento ontem

Garrucha é um tipo de arma de cano curto, semelhante a um revólver. O petista contou que não andava com o dispositivo carregado.

"Tinha a garruchinha, colocava aqui dentro, tirava as balas com medo que estourasse alguma coisa aqui dentro e colocava as balas no bolso. Se um cara viesse para cima de mim, eu falava: 'Peraí, deixa eu colocar minhas balas aqui'. Mas não tem necessidade para quem não sabe usar arma", continuou.

No começo do mês, Lula havia declarado durante evento de campanha:

Eu não acredito que alguém queira arma para o bem. Eu tenho 76 anos e nunca tive interesse em ter uma arma. Eu tenho minha fé em Deus e tenho meu comportamento, é isso que é minha proteção. Lula em evento no último dia 4

STF limita decretos de acesso a armas

Na semana passada, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou para validar as decisões do ministro Edson Fachin, que revogou trechos de decretos de Bolsonaro e restringiu o acesso a armas e munições.

Para ele, há risco de violência política nas eleições deste ano, e apenas pessoas que comprovem ter efetiva necessidade por motivos profissionais ou pessoais devem ter a posse de armas.

Um dos decretos derrubados é o que inclui moradores de áreas urbanas consideradas violentas entre os grupos de pessoas aptas a pedirem autorização para obter armas de fogo sem precisarem comprovar a necessidade.