Para onde vai o voto que você coloca na urna? Veja como funciona a apuração
Em 2 de outubro, data do primeiro turno das Eleições 2022, o Brasil escolhe candidatos para cinco cargos públicos: presidente da República, governador do estado, deputado federal, deputado estadual e senador. A apuração, graças à urna eletrônica, é realizada poucas horas após o final da votação. Mas você sabe como é feito esse processo?
Antes de entender como os órgãos públicos chegam ao resultado final, é necessário entender como os votos são contados. No nosso país temos dois tipos de sistemas, o chamado majoritário, que elege o presidente, governador, prefeito, respectivos vices, senador e seus suplentes. O outro tipo é o proporcional, onde são escolhidos os deputados federais, estaduais e distritais e vereadores.
O sistema majoritário elege quem recebe mais votos e os eleitores votam nominalmente. No caso de presidente e governador, se ele receber mais de 50% dos votos, o candidato é eleito no primeiro turno.
No sistema proporcional, o eleitor pode votar nominalmente no seu candidato ou na legenda partidária. Quem vota na legenda está "emprestando" o seu voto para a coligação como um todo, onde o cálculo do quociente eleitoral levará em conta todos os votos recebidos pelos candidatos e pelos partidos que compõem a coligação.
Mas para onde vai o voto que você fez na urna?
Quando a eleição começa, a urna constrói uma estrutura de dados chamada de RDV (Registro Digital de Voto). Ela é produzida por ordenação lexicográfica (ordenação de dicionário) da digitação do eleitor.
Este modo de gravação preserva o sigilo da votação e torna o software mais simples e fácil de ser auditado.
Segurança da votação
Para garantir que não existe nenhum voto registrado dentro da mídia da urna, antes de começar a eleição, assim que a urna é ligada, o presidente da mesa eleitoral imprime a zerésima (produzida pelo registro digital do voto). Esse relatório, onde é mostrado que a urna está "zerada", é assinado pelo presidente, é visto pelo secretário, fiscais dos partidos políticos que estiverem presentes e para os representantes das coligações que o desejarem.
No final da eleição, depois que o último eleitor registra seu voto, após às 17h, o presidente da mesa eleitoral, finaliza a votação, e a urna imprime o BU (boletim de urna), com as seguintes informações:
- Identificação da seção e da zona eleitoral;
- Total de eleitores que podem votar naquela seção;
- Total de eleitores que votaram;
- Total de eleitores que faltaram;
- Código de identificação da urna eletrônica;
- Correspondência da urna
- Data e hora do início da votação;
- Data e hora do encerramento da votação;
- Votação individual para cada candidato, partido e para cada legenda partidária, agrupados por cargo;
- Total de votos em branco e nulos;
- Total de votos apurados por cargo;
- Sequência de caracteres para validação do boletim de urna.
Obrigatoriamente são impressas cinco vias do BU. A não-expedição do boletim imediatamente após o encerramento da votação, com ressalva dos casos de defeito da urna, constitui crime de acordo com o Código Eleitoral. Na sequência, as vias são distribuídas: uma via acompanhará a mídia de resultado, para posterior arquivamento no cartório eleitoral; uma via será afixada no local de funcionamento da junta eleitoral; uma da vias será mantida sob a guarda dos mesários para posterior conferência dos resultados da respectiva seção divulgados na página do TSE; uma cópia afixada em local visível na seção; e uma será entregue aos interessados dos partidos políticos, federações, imprensa e Ministério Público.
Além do BU, os resultados também são disponibilizados através do aplicativo Boletim na Mão, da Justiça Eleitoral.
Para garantir a segurança, as urnas têm mais de 30 camadas de segurança e as informações registradas nas mídias só podem ser abertas e lidas nos equipamentos da Justiça Eleitoral.
Apuração dos votos
Todos os dados de votação que aparecem no boletim também são registrados dentro da mídia de modo codificado. Depois que o BU é impresso, as mídias eletrônicas são extraídas de forma segura pelo presidente da seção e enviada dentro de um envelope selado.
Por precaução, os mesmos dados contidos na Memória de Resultado continuam armazenados em um cartão de memória dentro da urna, funcionando como backup, caso exista algum problema com o outro dispositivo.
Como a urna não é ligada à internet e não possui nenhum sistema de transmissão de dados, a mídia é retirada e levada a um local da zona eleitoral por um fiscal. Nesse local ela é aberta, tem a sua autenticidade verificada e, então, seus dados são transmitidos por meio de uma VPN (uma espécie de túnel digital que cria uma conexão segura pela internet) ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na sede do órgão, em Brasília, um supercomputador calcula todos os votos enviados.
Os dados dos votos só podem ser lidos pelos equipamentos da Justiça Eleitoral que possuem as chaves para as diversas camadas de segurança, integrantes do sistema eletrônico de votação.
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