Lula aposta em SP como palco do 2º turno e vai mapear onde teve menos voto
Em discurso logo após o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais, o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) afirmou que o partido vai mapear os locais onde recebeu menos votos e São Paulo —maior estado do país— será o principal palco de confronto.
Com 99,77% das urnas apuradas, Lula havia conquistado 48,37% dos votos, contra 43,25% de Jair Bolsonaro (PL). O resultado frustrou as expectativas petistas de vitória em primeiro turno ou de ida ao segundo turno com ampla vantagem.
Até sábado (1º), pesquisas eleitorais indicavam possibilidade de vitória de Lula ainda no primeiro turno dentro da margem de erro. Neste domingo (2), Lula e lideranças petistas —que dividiam o palco com o candidato— procuraram não demonstrar abatimento e comemoraram o resultado.
O candidato a vice na chapa, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), disse que o grupo está "em festa". "Agora é começar a segunda tarefa: ganhar a eleição, salvar a democracia e fazer o Brasil voltar a crescer", afirmou. O segundo turno está marcado para 30 de outubro.
Nunca ganhei uma eleição no primeiro turno. Toda eleição que eu disputei foi no segundo turno. Todas."
Lula
Preparação. Lula afirmou que São Paulo "será um grande palco de confronto", tanto nacional como estadual, e sinalizou que vai intensificar a campanha no estado.
Segundo o resultado das urnas paulistas, o ex-prefeito da capital Fernando Haddad (PT) vai disputar o segundo turno com o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) —reproduzindo o cenário nacional de polarização. Tanto Lula quanto Bolsonaro terão palanque no estado. Tarcísio teve 42,32% dos votos e Haddad, 35,7%.
É um confronto de ideias, um confronto programático, é um confronto de propostas para a sociedade. E estou disposto a fazer tudo o que for possível, Haddad. Tenho certeza que nós dois juntos vamos ganhar São Paulo e vamos ganhar o Brasil."
Lula
Lula perdeu no estado —teve 40,89% dos votos, contra 47,71% de Bolsonaro. São Paulo tem o maior colégio eleitoral do país, com dois a cada dez votos do Brasil.
Continuação. O ex-presidente avaliou a ida para o segundo turno como "apenas uma prorrogação" —numa referência a futebol, como costuma fazer.
O ex-presidente afirmou que o partido vai tentar mapear as regiões onde precisa conquistar mais votos.
Para a desgraça de alguns, eu tenho mais 30 dias para fazer campanha."
Lula
O petista também disse que o segundo turno vai proporcionar o primeiro debate "tête-à-tête" com Bolsonaro. Nos comícios, Lula insistiu em fazer comparações da sua gestão (2003-2010) com a situação atual.
"Vamos deixar o segundo turno para poder debater só com ele, para a gente poder medir, fazer comparações do Brasil que ele construiu e do Brasil que nós construímos", disse Lula.
Quebra de expectativa. O percentual de votos de Lula estava dentro do esperado pela campanha, considerando a margem de erro indicada pelas pesquisas. O que surpreendeu o partido foi a margem que Bolsonaro alcançou, com uma diferença de pouco mais de quatro pontos —e a surpresa de ter ganhado em São Paulo.
No estado, Haddad acabou atrás do bolsonarista Tarcísio de Freitas, e o ex-governador Márcio França (PSB), parte da chapa e também favorito nas pesquisas, perdeu a vaga para o também bolsonarista Marcos Pontes (PL).
À espera do resultado. Lula acompanhou a apuração dos votos em um hotel no centro de São Paulo e desceu ao auditório onde estava a imprensa pouco antes das 22h.
Só as pessoas mais próximas acompanharam a apuração junto a Lula: a esposa Janja da Silva; o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice; a ex-presidente Dilma Rousseff (PT); o ex-ministro Aloízio Mercadante (PT), coordenador do plano de governo; a presidente do PT, Gleisi Hoffmann; o deputado Márcio Macedo (PT-SE), tesoureiro da campanha; e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Mais artistas, menos políticos. As três primeiras fileiras do auditório foram reservados para intelectuais, lideranças e apoios famosos. Na área VIP, via-se mais artistas do que políticos.
Na primeira fila, estavam a cantora Daniela Mercury, o advogado e escritor Silvio Almeida e a historiadora Lilia Schwarcz. Logo atrás, o escritor Fernando Moraes, biógrafo de Lula, o comediante Paulo Vieira e a apresentadora Bela Gil.
Entre políticos, estavam o vereador Eduardo Suplicy (PT), eleito deputado estadual, e o deputado estadual Emídio de Souza (PT).
Na Paulista. Depois do discurso no hotel, Lula e as lideranças do PT seguiram para a avenida Paulista, onde subiram em um trio elétrico. Tanto Lula quanto as lideranças do partido repetiram o discurso para os militantes.
"Parece que o destino gosta de me ver trabalhar um pouco mais", disse o petista, enquanto os eleitores gritavam "Lula lá".
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