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Barros diz que vai propor lei para punir institutos de pesquisa por 'erros'

Do UOL, em São Paulo

02/10/2022 22h59Atualizada em 02/10/2022 23h20

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que foi reeleito ao cargo, disse hoje, em entrevista ao UOL Eleições 2022, que irá propor um PL (Projeto de Lei) para punir os institutos de pesquisas por "erros" nos pontos percentuais dos candidatos divulgados pelos levantamentos.

"Não dá mais para fazer pesquisa fria com tanto descaramento né? Tem que dar uma solução nisso. Eu vou apresentar um projeto de lei já amanhã, tornando crime pesquisas que publicadas não confiram com a urna além da margem de erro. Se diz que é uma técnica, é uma fotografia, então, a fotografia tem que ser verdadeira. Não tem cabimento uma pesquisa influenciando o eleitor porque, infelizmente, no Brasil, tem eleitor que não quer perder o voto."

O apresentador Diego Sarza e o colunista do UOL Tales Farias explicaram que a última pesquisa Datafolha, divulgada ontem, apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderava as pesquisas com 50% das intenções de votos válidos — quando são excluídos brancos e nulos. Hoje, com 97,99% das urnas apuradas, Lula tinha 48,01% dos votos e Bolsonaro, 43,56% — diferença de quase 5 milhões de votos — o número de Lula está dentro da margem de erro do Datafolha. O segundo turno será no próximo dia 30 de outubro, último domingo do mês.

"Mas sempre a margem de erro está para o lado errado. (...) Pode acabar com esse mercado que isso não ajuda a sociedade brasileira, esse mercado de compra e venda de resultados de pesquisa", atacou o deputado federal, sem provas, reproduzindo o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele ainda citou que o seu projeto de lei irá propor penas altas de prisão e indenização.

O político declarou que Bolsonaro "foi bem para o segundo turno, com folga, não fossem a indução da pesquisa talvez estaria muito melhor na posição". Apesar das críticas do político, as pesquisas não têm como objetivo acertar o resultado do dia da votação, mas representam o pensamento das pessoas em um determinado período. Entenda nesta reportagem.

    Por fim, o deputado sugeriu que campanha bolsonarista acerte a linguagem da sua comunicação para atingir o eleitorado insatisfeito com a crise econômica.

    "Vai ser um segundo turno muito duro. Mas é preciso acertar a linguagem, a comunicação da campanha, que tem que falar com o insatisfeito. O presidente Bolsonaro arrasta multidões, as pessoas ouvem e seguem o que ele fala. Já o ex-presidente Lula não tem conseguido reunir pessoas porque o eleitor não está votando nele, está votando contra a crise, contra o governo. É preciso que o governo entenda esse movimento, ajuste a linguagem e eu tenho certeza que o presidente vencerá às eleições porque agora é uma eleição 'mano a mano'."

    Toledo: Com Bolsonaro ou Lula, fenômeno PL no Congresso vai gerar conflitos

    O colunista do UOL José Roberto de Toledo disse hoje, durante o UOL Eleições 2022, que os candidatos eleitos pelo PL (Partido Liberal), sigla do presidente, irão gerar "conflitos" no Congresso Nacional.

    "Vamos te um fenômeno interessante para acompanhar. Não interessa se ganhe Bolsonaro, ganhe Lula, o presidente vai ter que lidar com um partido que tem um monte de gente nova entrando com muito voto, mas que é dominado pelo Valdemar Costa Neto, que é dono do partido e dos diretórios. Isso vai gerar um conflito, como já gerou em 2018, quando essa mesma bancada foi eleita na ocasião, pelo PSL [à época sigla do presidente], que levou os bolsonaristas a saírem do partido."

    Reinaldo: Ciro sai com desempenho 'trágico'; Tebet entra no jogo para 2026

    O colunista do UOL Reinaldo Azevedo disse hoje, durante o UOL Eleições 2022, que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) demonstra um desempenho "trágico" no pleito deste ano e que Simone Tebet (MDB), se continuar fazendo um bom trabalho, pode ser uma opção nas eleições presidenciais de 2026.

    Às 21h20 (horário de Brasília), com 96% das urnas apuradas, Ciro Gomes aparecia em quarto lugar com 3,06% das intenções de voto. Em terceiro lugar estava Simone Tebet (MDB), com 4,22%, Jair Bolsonaro (PL), obtinha 43,71%, e Lula em primeiro lugar com 47,84%. As pesquisas de intenção de voto apontavam Ciro à frente de Simone na disputa.

    "Para o Ciro é um resultado, acho trágico. Lá vou eu apanhar dos ciristas, que eles gostam de mim mais do que os bolsonaristas, aliás, eles estão juntos. A verdade é essa. É um resultado trágico para o Ciro porque ele vai sair com desempenho de candidato nanico. Aquele que diz que 'sou o único que tenho programa de governo'."