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Toledo: Com Bolsonaro ou Lula, fenômeno PL no Congresso vai gerar conflitos

Do UOL, em São Paulo

02/10/2022 21h53Atualizada em 02/10/2022 22h20

O colunista do UOL José Roberto de Toledo disse hoje, durante o UOL Eleições 2022, que os candidatos eleitos pelo PL (Partido Liberal), sigla do presidente Jair Bolsonaro, irão gerar "conflitos" no Congresso Nacional.

"Vamos te um fenômeno interessante para acompanhar. Não interessa se ganhe Bolsonaro, ganhe Lula, o presidente vai ter que lidar com um partido que tem um monte de gente nova entrando com muito voto, mas que é dominado pelo Valdemar Costa Neto, que é dono do partido e dos diretórios. Isso vai gerar um conflito, como já gerou em 2018, quando essa mesma bancada foi eleita na ocasião, pelo PSL [à época sigla do presidente], que levou os bolsonaristas a saírem do partido."

Em novembro de 2021, Bolsonaro se filiou ao PL. O presidente estava sem partido desde 2019, quando deixou o PSL, pelo qual foi eleito à presidência. Ele saiu do PSL em meio a uma série de brigas internas e tentou fundar o Aliança pelo Brasil, mas fracassou — não obteve nem um terço das assinaturas exigidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Após Bolsonaro se filiar ao PL, no entanto, diversos políticos apoiadores também migraram para a sigla de Valdemar.

Para Toledo, o PL irá "sair dessas eleições como o maior partido do Brasil". "Vai eleger muitos senadores, mais do que a gente imaginava. Vai fazer uma bancada grande no Senado. Se você pegar as listas dos partidos mais votados para a Câmara dos Deputados, para deputado federal, o PL lidera em quase todos os estados."

O colunista também ressaltou que o PT focou muito na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência e, com essa decisão, perdeu a chance de obter melhores resultados nos outros cargos.

"Acho que o PT e a esquerda precisam repensar o jeito de fazer campanha para os cargos não majoritários. Ficou muito claro que o PT priorizou de um jeito, claro, estava com a perspectiva de ganhar em primeiro turno, fez isso com esse objetivo, mas o preço disso foi ter perdido a possibilidade de se sair melhor nos estados."

Reinaldo: Ciro sai com desempenho 'trágico'; Tebet entra no jogo para 2026

O colunista do UOL Reinaldo Azevedo disse hoje, durante o UOL Eleições 2022, que o presidenciável Ciro Gomes (PDT) demonstra um desempenho "trágico" no pleito deste ano e que Simone Tebet (MDB), se continuar fazendo um bom trabalho, pode ser uma opção nas eleições presidenciais de 2026.

Às 21h20 (horário de Brasília), com 96% das urnas apuradas, Ciro Gomes aparecia em quarto lugar com 3,06% das intenções de voto. Em terceiro lugar estava Simone Tebet (MDB), com 4,22%, Jair Bolsonaro (PL), obtinha 43,71%, e Lula em primeiro lugar com 47,84%. As pesquisas de intenção de voto apontavam Ciro à frente de Simone na disputa.

Para o Ciro é um resultado, acho trágico. Lá vou eu apanhar dos ciristas, que eles gostam de mim mais do que os bolsonaristas, aliás, eles estão juntos. A verdade é essa. É um resultado trágico para o Ciro porque ele vai sair com desempenho de candidato nanico. Aquele que diz que 'sou o único que tenho programa de governo'. Reinaldo Azevedo

Vitória de Damares levará bolsonarismo 'depurado' ao Congresso, diz Reinaldo

Reinaldo também avaliou que a vitória de Damares Alves (Republicanos) ao Senado pelo Distrito Federal, levará um bolsonarismo "depurado" ao Congresso Nacional.

Assim como Damares, que foi ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a ex-ministra da Agricultura no governo de Jair Bolsonaro (PL), Tereza Cristina (PP), também foi eleita senadora por Mato Grosso do Sul.

"Damares Alves vai ser da chamada banda de música do bolsonarismo hardcore. Que, aliás, esse congresso, se estão reclamando do que temos agora, aguardem o próximo. Haverá ali coisa do arco da velha. Então, eu acho, vença Bolsonaro ou vença Lula, vai te uma fração da extrema direita mais obtusa no Congresso brasileiro", começou o colunista.

E continuou: "Ainda mais do que hoje porque está mais organizada. Essa legislatura que tivemos era aquela gente que entrou na onda bolsonarista. Agora, não, temos um bolsonarismo mais depurado que está indo para o congresso. E a Damares faz parte dessa cota. E eu acho que na Câmara também haverá alguns".

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