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Votação é tranquila e tempo de espera é de até 4 minutos em média, diz ONG

ONG: espera para votar é de até 4 minutos - Fernando Frazão/Agência Brasil
ONG: espera para votar é de até 4 minutos Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Do UOL, em Brasília

02/10/2022 13h03Atualizada em 02/10/2022 14h26

A fila de espera para votar neste domingo (2) está em torno de três a quatro minutos, segundo levantamento da ONG Transparência Eleitoral Brasil, que conta com 98 observadores nestas eleições. Os relatos se referem às análises até as 9h30 feitas por 98 pessoas, em mais de 30 cidades brasileiras de 15 estados de todas as regiões do país. Há ainda o monitoramento do voto do brasileiro registrado em 7 países, como os Estados Unidos e Espanha. Apesar da média calculada pela organização, em alguns locais há relatos de filas.

Segundo a coordenadora geral da entidade, Ana Cláudia Santano, o tempo de espera é normal e as filas não levaram a tumultos. "O eleitorado brasileiro está fazendo uma eleição pacífica, como é tradição", afirmou ela.

Ataques e transparência. Ana Cláudia disse que a Justiça Eleitoral foi vítima de "ataques" nos últimos anos, mas aumentou a transparência no mesmo período. A ONG faz parte da Comissão de Transparência criada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Ela disse ao UOL que existem sete entidades credenciadas pelo TSE para fiscalizar as eleições. No entanto, a missão da Transparência Eleitoral Brasil é a maior de todas.

O trabalho da entidade foi feito com verificações como:

  • se houve impressão da "zerézima", o documento que prova que a urna estava zerada antes da votação;
  • se os mesários compareceram;
  • se houve algum impedimento ao trabalho dos observadores;
  • se o eleitor tinha informação adequada sobre o local da sua mesa de votação;
  • se as cabines de votação estavam instaladas em lugares que preservam o sigilo do voto;
  • se há fila para a emissão do voto;
  • se houve falha técnica da urna eletrônica ou de algum dispositivo relacionado.

A Transparência Eleitoral Brasil faz a sua segunda avaliação de eleições no Brasil. A primeira foi em 2020, um ano depois de sua criação.

As informações foram prestadas numa entrevista à imprensa em Brasília com a presença de representantes de 12 embaixadas, como Estados Unidos, Inglaterra, Argentina, Equador, Quênia, Dinamarca e Filipinas.

Denúncias. Ana Cláudia afirmou que denúncias de problemas podem ser enviadas à ONG no site vototransparente.com.br.

A entidade está recolhendo boletins de urnas depois das eleições, o que permite fazer uma apuração paralela dos resultados.

No entanto, Ana Cláudia afirmou que os próprios cidadãos podem se somar a esse esforço enviando ao site fotos de boletins de urnas das seções eleitorais.

O próprio TSE tem uma ferramenta que recebe fotos de boletins de urnas, conforme informou neste domingo o professor de tecnologia de informação Diego Aranha. Ele foi um dos pioneiros desse sistema de verificação no Brasil.

Filas no Brasil e no Exterior. Eleitores de diversas cidades do país têm relatado a ocorrência de filas nas seções eleitorais. A demora tem sido atribuída à coleta de dados da biometria.

No Rio de Janeiro, por exemplo, o Tribunal Regional Eleitoral do Estado explicou que conduz uma validação de dados biométricos. A ideia é aproveitar a concentração de pessoas para validar digitais de cerca de 1,8 milhão de eleitores fluminenses. A ideia é cruzar esses dados com as informações de outros serviços oficiais, como o Detran.

Em Lisboa, Londres, Paris, Milão e Berlim, os eleitores enfrentaram tempo de espera de mais de uma hora, segundo a BBC. Na capital portuguesa, houve tumulto entre grupos que apoiam o presidente candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e o líder das pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva (PT).