57 milhões: votação em Lula bate recorde histórico desde 1988 e passa FHC
A votação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro turno (57,2 milhões de votos) é a maior obtida por um candidato à Presidência desde a redemocratização, quando foram instituídas as eleições em dois turnos.
O petista obteve 46,3% dos votos totais (conta que inclui todos os votos dados nas urnas, válidos e brancos e nulos). Em votos válidos, Lula marcou 48,43% (com 99,98% das urnas apuradas).
O percentual de votos totais de Lula é maior até do que o registrado nas eleições presidenciais que foram definidas em primeiro turno.
Em 1994, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) obteve 44,09% de todos os votos dados naquelas eleições (34,3 milhões). Em 1998, 43,14% (35,9 milhões de votos).
Mesmo assim, o tucano venceu em primeiro turno porque o percentual de votos inválidos (brancos e nulos) atingiu os patamares mais altos já registrados (18%), diminuindo o bolo de votos necessários para vencer.
Isso ocorre porque, quanto mais votos brancos e nulos, menor é o total de votos necessário para ganhar as eleições em primeiro turno. Imagine uma eleição para condomínio com 100 votantes. Se todos votarem, o candidato precisa ter 51 votos para vencer. Já se 20 pessoas anularem e 80 votarem em candidatos, bastam 41 votos para vencer. Ou seja, a margem diminui.
Já no primeiro turno de 2022, o cenário foi o oposto. O percentual de brancos e nulos neste domingo foi de 4,4% — o mais baixo para primeiros turnos em disputas presidenciais. Com menos votos brancos e nulos, é preciso ter muito mais votos para vencer em primeiro turno. Dessa forma, mesmo com o recorde de votos, Lula não conseguiu alcançar a maioria dos votos válidos.
O recorde anterior de votos totais era do próprio Lula. Em 2006, contra o seu atual vice, Geraldo Alckmin, então candidato pelo PSDB, Lula chegou a 44,52% dos votos totais.
Jair Bolsonaro (PL) também bateu o recorde de votos para um segundo colocado em primeiro turno: 41,3% dos votos totais (51 milhões). O recorde anterior era justamente de Alckmin em 2006, que obteve 38,13% dos votos totais.
Eleições mais concentradas nos primeiros colocados
O primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 foi o mais concentrado nos dois primeiros colocados da história da democracia brasileira.
Com 99,9% das urnas apuradas, Lula e Jair Bolsonaro (PL) têm, juntos, 91,6% dos votos válidos. É a maior concentração de votos nos primeiros colocados desde a redemocratização. O número bate o recorde anterior, de 2006, quando Lula e o então rival Alckmin obtiveram 90,24% dos votos válidos.
O outro lado da moeda é o menor percentual de votos dos demais candidatos já registrado. Neste domingo, Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Soraya Thronicke (União Brasil), Felipe D'Avila (Novo) e todos os outros cinco candidatos a presidente pontuaram, em conjunto, menos de 9% dos votos.
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