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Bolsonaro não foi reeleito em 1º turno por causa da CPI da Covid, diz Aziz

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/10/2022 10h25

A CPI da Covid foi a responsável por tirar o presidente Jair Bolsonaro (PL) do "cercadinho" e impedir sua reeleição em primeiro turno, segundo o senador Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu a comissão, no ano passado, para apurar irregularidades do governo federal no combate à pandemia.

"O presidente não ganhou a eleição no primeiro turno por causa da CPI da Covid. Ele sabe disso, tanto é que não esquece o meu nome", disse Aziz, em entrevista ao UOL News. "Se tinha uma coisa que irritava o presidente, era quando se perguntava sobre vacina e o comportamento dele em relação ao enfrentamento da pandemia", completou.

No primeiro turno das eleições, Bolsonaro ficou em segundo lugar, com 43,20% dos votos. Ele vai disputar o segundo turno com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recebeu 48,43%.

"Com certeza [ele teria ganhado em primeiro turno]", avaliou Aziz sobre o impacto da CPI na imagem do presidente.

"Quem trouxe para o debate quem era o Bolsonaro foi a CPI, até então ele dava as entrevistas para o cercadinho, falava o que queria e era reproduzido por toda a imprensa", afirmou.

Josias: Acerto com Lula interessa a Tebet; decisão de Ciro é secundária

O colunista do UOL Josias de Souza disse, em participação no UOL News, que um eventual apoio de Simone Tebet (MDB) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno beneficiará a senadora.

Tebet afirmou ontem que vai esperar a posição dos partidos que compõem sua aliança (MDB, PSDB, Cidadania e Podemos) para anunciar seu apoio no segundo turno, mas disse também que sua decisão já "está tomada". "Ela insinua que a decisão vai na direção do Lula", destacou Josias.

"O Ciro nem isso, ele deixa no ar. Mas a decisão do Ciro se tornou secundária nesse processo", completou. Para o jornalista, Ciro Gomes (PDT) perdeu "a eleição, o rumo e até a palavra."

"Parte do eleitorado dele já fez o voto útil e presumivelmente não foi para o Lula. O posicionamento do Ciro agora é secundário porque parte do PDT já tinha se acertado com o Lula no primeiro turno, e outra parte do partido vai se acertar com o Lula agora. Ciro se tornou um personagem no final da campanha cuja posição importa pouco", afirmou o colunista.

"Com Simone Tebet, é diferente. Primeiro, porque interessa a ela um acerto com o Lula. Embora ela hoje seja senadora, não será mais a partir de fevereiro de 2023. Ela teve um bom desempenho, mas vai ficar sem mandato e será difícil se manter na crista da onda", prosseguiu, acrescentando que, se apoiar Lula, Tebet será uma boa candidata a ministérios de um eventual governo petista.

Diretor da Quaest explica diferença em pesquisas e diz que postura de Ciro levou a voto útil em Bolsonaro

Eleitores de Ciro Gomes (PDT) migraram para o presidente Jair Bolsonaro (PL) no primeiro turno, segundo a avaliação do diretor da Quaest Consultoria, Felipe Nunes.

Em entrevista ao UOL News, o CEO defendeu os dados das pesquisas eleitorais, destacando que os levantamentos não eram um "prognóstico", e sim um "diagnóstico" da sociedade. "As pesquisas têm um papel fundamental de nos ajudar a entender os movimentos que estão por vir", disse Nunes.

O executivo destacou as duas últimas pesquisas da consultoria para embasar sua avaliação sobre a migração de votos de Ciro para Bolsonaro.

"No dia 28/9, mostramos que Lula tinha 51%, e Bolsonaro 36%. Tebet 5%, e Ciro, 7%. No dia 1º, divulgamos outra pesquisa mostrando o Lula caindo, com 49%, e Bolsonaro subindo com 38%. Ou seja, a tendência de última hora já era de aproximação", destacou.

"Lula acabou ficando com 48%, dentro da margem de erro, mas Bolsonaro apareceu com 43%. Isso quer dizer que ele cresceu cinco pontos. De onde vem esse voto? Houve aproximadamente 3 pontos do Ciro que foi embora não para o Lula, mas para Bolsonaro. A postura que Ciro adotou na reta final da campanha foi determinante no tipo de apontamento que fez para o eleitor", afirmou Nunes.

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