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José Aníbal sobre Rodrigo e Bolsonaro: Incompatível com história do PSDB

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/10/2022 20h41

O ex-senador do PSDB José Aníbal participou hoje do UOL News e fez críticas ao governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, por ter declarado "apoio incondicional" à candidatura do presidente Jair Bolsonaro (PL) na disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno. Para Aníbal, essa postura é "incompatível com a história do PSDB."

"[Decisão de Rodrigo] não é compatível com a história do PSDB. Teria sido mais adequado que ele procurasse conversar mais com o partido e ouvir mais o partido, contribuindo até para arbitrar uma posição que eu acho que não é uma posição que tem tanto respaldo dentro do partido", disse.

Ele ainda fez questão de destacar que sua crítica está, sobretudo, no fato de o apoio ser "incondicional".

"[Não tem respaldo dentro do partido] da forma como ele colocou como um apoio incondicional. No apoio incondicional você não tem apoio, você tem identidade. Você não está apoiando, você está manifestando uma identidade com esse candidato", completou.

Aníbal ainda afirmou que, após reunião do partido, as seções estaduais do PSDB foram liberadas para fazer seus entendimentos locais, especialmente no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Paraíba, onde o partido disputa o 2º turno nas disputas para o governo. Ele ainda citou que, na reunião, diversos setores do partido manifestaram apoio ao ex-presidente Lula.

"Eu e alguns ex-presidentes do partido como Tasso Jereissati, Pimenta da Veiga, Teotônio Vilela e o pessoal do movimento afrodescendente, LGBT, da juventude e outros nos manifestamos pelo apoio ao ex-presidente Lula. Ressalvas foram feitas e temos um histórico de atritos entre nós, mas a questão central hoje para esse apoiamento é a defesa da democracia, o combate à desigualdade e a diversidade cultural e de gênero".

Rodrigo Garcia aceita papel de linha auxiliar de Bolsonaro e apequena PSDB, diz Kennedy

"Ele [Rodrigo Garcia] aceita fazer um papel de linha auxiliar do Bolsonaro e do próprio Tarcísio de Freitas e apequena o PSDB. O PSDB é um partido que tem história e nasceu na constituinte, que teve o Fernando Henrique Cardoso presidente da República eleito duas vezes no primeiro turno e a gente vê hoje esse partido reduzido a omissão", disse o colunista do UOL Kennedy Alencar.

"Rodrigo Garcia quando se coloca como um apoiador incondicional rasga essa história do PSDB. O PSDB já foi mal nessa eleição, não conseguiu lançar um candidato a presidente, perdeu deputados federais e se apequena com a decisão do Rodrigo Garcia, que nunca foi um tucano de verdade. Ele tem toda uma carreira política fora do PSDB. Ele é um político muito conservador e do ponto de vista do conservadorismo dele, ele está mais ou menos no caminho que sempre seguiu", completou.

Duda Salabert: PDT é maior que Ciro; 'apoio crítico' a Lula é programático

"O partido é maior que Ciro Gomes. O PDT é muito maior que Ciro Gomes, nós estamos falando do partido de Leonel Brizola, um partido que tem uma formação ideológica a partir do trabalhismo, que é uma ferramenta importante para mostrar rumos de superação da crise no Brasil", afirmou a deputada federal eleita pelo PDT e vice-presidenta nacional do partido, Duda Salabert, durante participação no UOL News.

Duda também explicou que o "apoio crítico" a Lula é no sentido de discutir programas de governo. Ela afirmou que o apoio é uma questão de levar contribuições de seu partido para o PT de forma a contribuir para que o país saia da crise. "Nós apoiamos mas entendemos o ponto de vista crítico que o PT se comprometa com o enfrentamento ao neoliberalismo e coloque propostas que trouxemos".

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