Lula minimiza apoio de Rodrigo a Bolsonaro: 'Nunca tive relação'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizou o apoio do governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB) ao presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciado hoje. De fora do segundo turno na disputa estadual, o tucano se encontrou com Bolsonaro e anunciou "apoio incondicional".
Ao lado do ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), Lula disse que está articulando para fechar outros apoios. Nesta terça (4), o PT conseguiu adesão do PDT com Ciro Gomes e do Cidadania à campanha. Na quarta (5), deve se reunir com governadores eleitos.
Nunca tive relação com o governador do São Paulo. Se ele decidiu apoiar Bolsonaro, é uma decisão livre dele, soberana dele. Nós vamos ganhar do Bolsonaro com apoio dele aqui em São Paulo, eu tenho certeza."
Lula
Isso significaria uma virada em relação ao primeiro turno. Ao contrário do que indicavam as pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro ganhou no estado com 47,7% contra 40% de Lula.
"Vamos procurar personalidades da sociedade civil, tem muita gente querendo se posicionar", afirmou Lula, que descartou o antipetismo como um dos fatores da derrota no estado —onde o PT não ganha desde 2002, na primeira eleição de Lula.
Nesta tarde, o PSDB liberou seus diretórios e filiados para apoiar quem quisessem no primeiro turno. Rodrigo também afirmou que estará ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que concorre à cadeira no Palácio dos Bandeirantes contra Haddad.
Apoios de hoje. O PT conseguiu hoje o apoio oficial do PDT e do Cidadania. Os anúncios foram feitos pelos presidentes das siglas, Carlos Lupi e Roberto Freire, respectivamente.
Nesta mesma tarde, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se encontrou com Rodrigo Maia (PSDB), secretário de Rodrigo, no QG petista. Segundo a presidente petista, ele já tinha boas relações com a campanha, mas ela não deu detalhes sobre o conteúdo da conversa.
O partido de Ciro Gomes, que já compôs o governo petista, aprovou apoio crítico por unanimidade em reunião hoje em Brasília. Lupi deverá encontrar Lula em São Paulo para uma foto amanhã.
Ciro, que ficou em quarto na disputa deste ano, divulgou um vídeo em que dizia seguir a decisão partidária no apoio, mas não citou o nome de Lula.
Freire já havia anunciado apoio a Lula ontem, mas o Cidadania, que compunha a chapa de Simone Tebet (MDB) à presidência, confirmou por assembleia hoje.
Apoios de amanhã. É esperado que Tebet também declare apoio crítico a Lula. Com aceno em discurso após eleição, os petistas têm a expectativa de que a senadora se encontre com Lula ainda nesta semana para declarar apoio.
Além disso, o ex-presidente deverá receber também senadores do PSD. O partido presidido por Gilberto Kassab está neutro desde o primeiro turno e tem seus diretórios divididos entre Lula e Bolsonaro pelo país.
Segundo Gleisi, parlamentares da sigla deverão vir a São Paulo declarar apoio a Lula em um encontro organizado pelos senadores Otto Alencar (PSD-BA) e Carlos Fávaro (PSD-MT), que já estavam com o petista.
Em São Paulo, o PSD compõe a chapa de Tarcísio comh Felicio Ramuth (PSD) como vice.
Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice de Lula —que foi do PSDB por mais de 30 anos—, comemorou os novos apoios e disse que deverão ser anunciados outros ainda nesta semana, mas desviou quando questionado sobre nomes.
"É que nem no Cine Brasil, em Pindamonhangaba [SP], na matinê: quando a mocinha ia cair no precipício, fechava a tela e dizia: volte domingo que vem", brincou.
Maiores colégios com Bolsonaro. Além de Garcia, Bolsonaro conseguiu hoje também o apoio do governador mineiro Romeu Zema (Novo), que foi reeleito.
Já era esperado que Zema repetisse 2018 e apoiasse Bolsonaro. No primeiro turno, no entanto, o governador decidiu se manter neutro. Dois dias após ser reeleito, viajou para Brasília e abraçou o presidente.
Religião x política. Lula se reuniu com frades franciscanos e disse que sua fé e sua espiritualidade são algo que considera "muito sagrado". Ele recebeu uma imagem de São Francisco e houve uma bênção.
Ao lado dos religiosos, disse que não gosta "de fazer gestos que pareça que estou utilizando a religião para fazer política". A frase pode ser interpretada como cutucada a Bolsonaro, que está próximo de líderes evangélicos. Nesta terça, a agenda do presidente em São Paulo prevê dois cultos.
No primeiro turno, o PT foi à Justiça eleitoral contra a divulgação de notícias falsas contra religiosidade do petista.
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