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Lula e PT têm quase o triplo de dinheiro que Bolsonaro e PL para o 2° turno

Bolsonaro e Lula se enfrentam no segundo turna na disputa pela Presidência  - GETTY IMAGES
Bolsonaro e Lula se enfrentam no segundo turna na disputa pela Presidência Imagem: GETTY IMAGES

Do UOL, em Brasília

05/10/2022 04h00

O Partido dos Trabalhadores, sigla do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começa a campanha para o segundo turno das eleições com mais dinheiro que o Partido Liberal, do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

O montante petista é quase o triplo que o do partido do chefe do Executivo.

Quase R$ 50 milhões. Dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de acordo com a prestação de contas apresentada à Corte até 3 de outubro mostram que o PT já distribuiu, entre as 1.027 candidaturas pelo país, R$ 451,6 milhões do fundo eleitoral. Do total, sobram R$ 49,9 milhões para a segunda etapa do pleito.

R$ 18,5 milhões. Já o PL, que apresentou 1.591 candidaturas nestas eleições, distribuiu R$ 270 milhões, o que deixa de sobra R$ 18,5 milhões para o restante da campanha eleitoral.

Dinheiro dividido entre candidatos. Ambos os partidos precisam financiar a corrida dos postulantes à Presidência —Lula e Bolsonaro—, além de quatro candidatos a governos estaduais cada um.

Pelas regras da Justiça Eleitoral, os custos de ambas as siglas devem subir até o fim das campanhas. As legendas podem prestar contas das despesas do segundo turno até 20 dias depois do dia do pleito.

Quanto de Fundo Eleitoral os partidos receberam

  • PT - R$ 503,4 milhões
  • PL - R$ 288,5 milhões

Nomes aos estados. Disputarão o segundo turno para governos locais os candidatos petistas dos seguintes estados:

  • São Paulo, com Fernando Haddad;
  • Sergipe, com Rogério Carvalho;
  • Bahia, com Jerônimo Rodrigues;
  • Santa Catarina, com Décio Lima.

Os liberais, por sua vez, concorrem em:

  • Rio Grande do Sul, com Onyx Lorenzoni;
  • Rondônia, com Marcos Rogério;
  • Espírito Santo, com Manato;
  • Santa Catarina, com Jorginho Mello.

Novo teto de gastos. De acordo com o TSE, no primeiro turno, os candidatos à Presidência podiam gastar até R$ 88,94 milhões. No segundo turno, há um acréscimo de R$ 44.5 milhões.

A legenda petista já destinou de fundo eleitoral R$ 87,94 milhões para a campanha de Lula.

Já sigla liberal desembolsou, até o momento, R$ 2 milhões do fundo para a candidatura de Bolsonaro —a maioria dos recursos foi oriunda do fundo partidário, R$ 14 milhões.

Quanto cada candidato já recebeu de fundo eleitoral até agora

PT

  • Lula: R$ 87,94 milhões
  • Fernando Haddad: R$ 19,6 milhões
  • Décio Lima: R$ 2,6 milhões
  • Rogério Carvalho: R$ 1,3 milhão
  • Jerônimo Rodrigues: R$ 5,2 milhões

PL

  • Bolsonaro: R$ 2 milhões
  • Onyx Lorenzoni: R$ 8 milhões
  • Marcos Rogério: R$ 4 milhões
  • Jorginho Mello: R$ 9 milhões
  • Manato: R$ 100 mil

Quem mais recebeu. O PL investiu mais dinheiro do fundão nas candidaturas aos governos estaduais de Goiás, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

No total, major Vitor Hugo, Anderson Ferreira, Cláudio Castro e Onyx Lorenzoni, respectivamente, receberam R$ 32 milhões para bancar as campanhas.

Ferreira foi o que mais recebeu entre eles, R$ 11 milhões. Castro foi eleito no primeiro turno e Lorenzoni seguirá para a segunda etapa do pleito. Ferreira e Vitor Hugo perderam nas urnas.

Já o PT priorizou a corrida de Lula e o segundo candidato que mais recebeu verba foi Haddad, com R$ 19 milhões. O petista trabalha para a eleição no segundo turno ao governo de São Paulo contra o bolsonarista e ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O que é o fundo eleitoral? Oficialmente chamado de FEFC (Fundo Especial de Financiamento de Campanha), o recurso é pago a todos os partidos ativos no país para financiar campanhas nos anos de eleição, tanto as gerais como as municipais.

Este repasse não se confunde com o fundo partidário, que é pago às legendas todo ano, em parcelas mensais, para as despesas de funcionamento da estrutura das siglas.

Quando e por que o fundo foi criado? O fundo eleitoral foi criado em outubro de 2017, pelo Congresso, e aprovado no mesmo mês pelo então presidente Michel Temer (MDB).

Segundo os argumentos que prevaleceram à época, um fundo público para financiamento de campanhas se tornou necessário depois que o STF proibiu, em 2015, as doações de empresas a partidos e candidatos.

Críticos do fundão lembraram que as eleições de 2016 ocorreram normalmente apenas com a permissão de doações de pessoas físicas, o que refutaria a necessidade do fundão.