Bombig: Bolsonaro avança após tentar mudar tom, mas tropeça ao xingar Lula
Para o colunista do UOL Alberto Bombig, a pesquisa Datafolha divulgada hoje foi positiva para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) por indicar um viés de crescimento. Entretanto, destacou que o presidente "tropeçou" ao adotar um tom agressivo contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Alexandre de Moraes durante entrevista concedida na tarde de hoje em Brasília. Para Bombig, o viés de crescimento se dava justamente pela adoção de um tom mais ameno e moderado.
"Engraçado como Bolsonaro às vezes tropeça nas próprias pernas. Entendo que esse dado positivo para o Bolsonaro foi dessa mudança de tom que ele teve na reta final, uma tentativa de caminhar um pouco para o centro e de tentar ser minimamente educado e civilizado nas entrevistas. Aí agora a tarde ele já gritou com Moraes, já chamou Lula de 'pinguço' e tem imagens dele com a veia estufada, justamente no dia em que ele colhe um resultado animador para ele", disse durante o programa Análise de Pesquisas.
Bombig também destacou que a pesquisa ainda não captou o corte em verbas da educação decretado por Bolsonaro e com impacto direto no orçamento das universidades e colégios federais. Entretanto, afirmou que a situação deverá ser explorada pela campanha de Lula.
"Obviamente acho [que a pesquisa] ainda não pegou o efeito desse negócio da educação, mas [o PT] precisa tirar esse protagonismo da agenda do Bolsonaro em temas que são relevantes como educação, saúde e dinheiro no bolso".
Por fim, apontou que o resultado da pesquisa deve repercutir bem na campanha do atual presidente, mesmo com discurso de descrédito nas pesquisas eleitorais. "Imagino que a campanha do Bolsonaro, mesmo desacreditando nas pesquisas e dizendo que pesquisa não vale nada, deve estar neste momento com algum grau de confiança maior e acreditando que pode dar [para vencer o 2º turno]".
Toledo: Datafolha mostra teto de Lula rebaixado; disputa fica mais apertada
"Acho que o teto do Lula que chegou a ser de 60% em duas eleições presidenciais [passadas] foi rebaixado e a gente está vendo agora que não está passando de 55%. Esse é mais ou menos o teto e é dali para baixo, salvo haver uma reviravolta na campanha", disse José Roberto de Toledo.
O colunista do UOL justificou sua análise trazendo a lembrança das últimas eleições que Lula disputou, quando teve 61% dos votos válidos no 2º turno tanto em 2002, quanto em 2006. Para ele, o chamado antipetismo justifica a diminuição de votos.
"Esses anos todos de campanha negativa contra o Lula e contra o PT surtiram efeito e agora está sendo reavivado ao longo da campanha pela campanha do Bolsonaro".
Toledo: Empate em SP é muito bom para Lula e pode selar vitória no 2º turno
"É muito bom esse dado para o Lula, porque o empate em São Paulo praticamente sela a vitória dele no país porque é o maior colégio eleitoral e onde ele saiu atrás", afirmou José Roberto de Toledo ao comentar o empate técnico entre Lula e Bolsonaro em São Paulo. De acordo com o Datafolha, o atual presidente venceria por 46% a 44% no estado.
Toledo ainda destacou que apesar de vencer na capital, Lula perdeu para Bolsonaro em 515 dos 644 municípios paulistas no 1º turno. "Esse empate [técnico] é uma vitória para o Lula e mais um argumento em favor dele concentrar a campanha aqui, mesmo que as chances de vitória do Haddad sejam reduzidas. A distância em relação ao Bolsonaro é muito importante".
O Análise de Pesquisas vai ao ar sempre após a divulgação de pesquisas Ipec ou Datafolha para presidência da República.
Quando: toda semana após divulgação de pesquisa Ipec ou Datafolha.
Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL. Veja a íntegra do programa:
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