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Tarcísio promete tirar câmeras de uniformes de policiais em SP

Tarcísio de Freitas durante programa Pânico, da Jovem Pan - Reprodução/Youtube/Pânico Jovem Pan
Tarcísio de Freitas durante programa Pânico, da Jovem Pan Imagem: Reprodução/Youtube/Pânico Jovem Pan

Do UOL, em São Paulo

07/10/2022 14h35Atualizada em 07/10/2022 15h00

Pela primeira vez desde o início da campanha, o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que irá retirar as câmeras instaladas nas fardas de policiais militares caso seja eleito. Esta é a primeira vez que o ex-ministro é assertivo sobre o assunto. Em declarações anteriores, ele dizia que estudaria a questão.

A fala de hoje foi dada em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan. Ao ser questionado sobre a segurança pública, o candidato prometeu uma série de medidas voltadas às forças de segurança, como melhoria de salário, plano de carreira, assistência médica e jurídica.

A turma [os policiais] tem que perceber que o Estado está do lado dele, é por isso que eu tive uma postura muito crítica com relação às câmeras. O que representa a câmera? É uma situação de deixar o policial em desvantagem em relação ao bandido. Com certeza [vou tirar].

Mortes despencaram com câmeras. Reportagem publicada em julho pelo UOL mostrou que as mortes cometidas por policiais militares despencaram em 19 dos 131 batalhões do estado de São Paulo um ano depois que as ações de seus agentes começaram a ser filmadas.

Dados obtidos pela reportagem mostram queda de 80% na letalidade policial nessas unidades após a implantação do programa Olho Vivo —que prevê a instalação de câmeras nos uniformes.

Reportagem publicada em abril pelo jornal Folha de S.Paulo mostra que o uso de câmeras pelos policiais também aumenta a proteção da tropa. Nos últimos três anos (2019-2021), entre os meses de junho e outubro, as ocorrências de resistência às abordagens policiais caíram 32,7% nos batalhões que usam a tecnologia. Nas unidades que não a utilizam, a queda foi de 19,2%.

O primeiro ato. Indagado sobre qual será sua medida prioritária caso seja eleito, o candidato disse que será a questão social e elencou uma série de medidas que pretende adotar, como investimentos em habitação e assistência que capacite as pessoas. "Tem muita gente passando necessidade em São Paulo, isso é incompatível com a riqueza do estado."

A direita, a visão liberal, a livre iniciativa vai ser capaz de fazer política social de mais qualidade. A gente vai quebrar esse paradigma de que quem cuida das pessoas é a esquerda, que a esquerda é pai dos pobres, que a esquerda tem preocupação social. É falso isso, porque não sabem como fazer.

Sem privatização de universidades. O ex-ministro negou que irá privatizar as universidades públicas, como a USP (Universidade de São Paulo), e disse que elas são "patrimônios" com capacidade de resolução de problemas e geração de receita por meio da ciência, com parcerias com a iniciativa privada. "Universidade pública é importante e deve continuar pública."

'Não vou descontinuar nada'. Tarcísio diz estar conversando com prefeitos que estavam com o governador Rodrigo Garcia (PSDB) no primeiro turno e garantiu que não haverá descontinuidade em obras que já estão em andamento.

Rodrigo declarou apoio à candidatura de Tarcísio e do presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta semana, mas não deve estar no palanque do candidato do Republicanos.

Na frente. Tarcísio terminou o primeiro turno das eleições com 42,32% das intenções de voto, à frente de Fernando Haddad (PT), com 35,7%. O segundo turno acontece no dia 30.