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Bolsonaro toma susto com instabilidade em palanque no RJ

Do UOL, em Duque de Caxias (RJ) e no Rio

14/10/2022 12h21Atualizada em 14/10/2022 15h26

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tomou um susto no final da manhã de hoje durante um comício em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Uma instabilidade no palco —que reunia dezenas de aliados— desequilibrou o presidente e apoiadores, como o senador reeleito Romário (PL-RJ).

No momento em que Bolsonaro cumprimenta Romário, o palco se movimenta e todos perdem o equilíbrio (veja vídeo acima). As pessoas no entorno do presidente se assustam e o ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, corre para a frente do palco, afastando todos do centro do palanque. O incidente, que provocou empurra-empurra, não deixou feridos.

Após o susto, o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB) volta ao centro do palco, pula para garantir firmeza e, logo depois, Bolsonaro retorna ao seu lugar original.

O senador Flávio Bolsonaro (PL), filho mais velho do presidente, recolhe então uma sacola de papel da frente do palco, abre, vê que está vazia e a amassa. Não há relação entre a sacola e a instabilidade do palco.

O UOL procurou a campanha sobre o que teria provocado o incidente, mas não obteve retorno. Após o susto, o evento transcorreu normalmente, com discursos de apoiadores.

Subiram no palanque junto com o presidente, além de Romário, o governador reeleito do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), o senador eleito Magno Malta (PL-ES) e deputados da base de apoio do presidente.

Comício de Jair Bolsonaro (PL) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense - Ruben Berta/UOL - Ruben Berta/UOL
Comício de Jair Bolsonaro (PL) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense
Imagem: Ruben Berta/UOL

Romário deixa mágoas de lado. O senador reeleito apareceu pela primeira vez ao lado de Bolsonaro após tornar pública sua frustração em relação ao presidente.

O ex-jogador estava magoado com Bolsonaro, que no dia do primeiro turno revelou que votou no deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), candidato ao Senado que teve a candidatura impugnada —Silveira também estava no palanque em Caxias.

Depois do ocorrido, Romário ameaçou não ter participação ativa na campanha de segundo turno de Bolsonaro. Mas hoje o ex-jogador abraçou o presidente e ambos levantaram os braços de mãos dadas na frente do palco.

Discurso mais longo e oração. Bolsonaro discursou por 30 minutos, tempo maior do que de costume em eventos do tipo (geralmente, não ultrapassa os 15 minutos).

Ao final da fala do presidente, o locutor do ato convocou o público a rezar um Pai-Nosso. Isso acontece após visita conturbada de Bolsonaro a Aparecida, no interior de SP, nesta semana em que ele foi criticado por usar a religião para pedir votos. Bolsonaro ainda recebeu críticas por desfilar em carro aberto com batedores de sirene ligada ao lado da Basílica Nacional. Na missa, ele não rezou o Pai-Nosso nem comungou.

Castro engajado após apoio tímido. Se no primeiro turno teve uma participação discreta no apoio a Bolsonaro, o governador do Rio esteve na linha de frente do comício de hoje em Duque de Caxias. No material de divulgação do evento, as fotos reuniam o presidente, Castro e Washington Reis, ex-prefeito da cidade. O governador fez um discurso inflamado pedindo votos no segundo turno.

"A eleição ainda não acabou, ainda falta a melhor parte dela: darmos a vitória a Jair Bolsonaro!".

Castro relacionou sua trajetória com a da família Bolsonaro, afirmando que se elegeu vereador em 2016 na chapa da candidatura de Flávio Bolsonaro a prefeito. Ele também citou o apoio à chapa em que concorreu como vice em 2018, mas não mencionou que o candidato a governador vencedor foi Wilson Witzel, que sofreu impeachment após denúncias de corrupção na saúde durante a pandemia.

Racha em Belford Roxo. O deputado estadual Márcio Canella (União) esteve no comício em Duque de Caxias. Canella é aliado do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União), que foi o principal articulador do evento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta semana no município. Ele foi o deputado estadual mais votado no Rio, com o apoio de 181.274 eleitores.

Daniela do Waguinho, esposa do prefeito de Belford Roxo, que foi a mais votada para deputada federal (213.716), esteve no palanque de Lula no comício em sua cidade.

Críticas a Alexandre de Moraes antes de comício. Antes de participar do comício em Duque de Caxias, Bolsonaro deu entrevista ao Feat. Podcast e criticou o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes. Ontem, o magistrado suspendeu investigações do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Polícia Federal contra institutos de pesquisa.

Por causa desta decisão, o presidente declarou que o presidente do TSE trabalha para a chapa concorrente na corrida eleitoral. "Os institutos vão continuar mentindo e nessas mentiras quantos votos ele arrasta para o outro lado? Geralmente vota em que tá ganhando. Dois, três milhões de votos. Parabéns, Alexandre de Moraes!".

Bolsonaro continuou no ataque e disse que Moraes pretende beneficiar Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice-presidente na chapa de Lula. "Parabéns, Alexandre de Moraes. O seu candidato não é o Lula. O seu candidato é o Alckmin."

E continuou, dizendo que o ministro é vice de Lula: "Você [Moraes] foi secretário de Segurança do Alckmin em São Paulo. Com o Alckmin governador. Nós sabemos para quem ele advogava no passado. E, na verdade, não é o Alckmin com o Lula. É o Alexandre de Moraes com o Lula. Essa que é a verdade."