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Bombig: Decisão de Moraes sobre fala de Bolsonaro pode tirar tema do debate

Do UOL, em São Paulo

16/10/2022 19h58Atualizada em 16/10/2022 23h54

O colunista do UOL Alberto Bombig considerou, durante o UOL Eleições 2022, que a decisão do ministro e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, pode tirar o tema de "pedofilia" do debate neste domingo (16). Moraes acolheu o pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL) para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se abstenha de explorar durante a propaganda eleitoral gratuita e em suas redes sociais vídeos que associem o candidato à reeleição ao crime de pedofilia.

A declaração de Bolsonaro ocorreu durante uma entrevista que o chefe do Executivo deu a um podcast na sexta-feira (14), na qual o candidato à reeleição diz que encontrou, em 2021, adolescentes da Venezuela "arrumadas para ganhar a vida" em São Sebastião, região administrativa do Distrito Federal, insinuando prostituição infantil. Nessa entrevista, o presidente também se referiu ao episódio dizendo que "pintou um clima".

Eu acho que a decisão do Alexandre pode tirar o tema do debate. Eu acho que o Bolsonaro conseguiu uma vitória importante, que é essa decisão do Alexandre de Moraes, presidente do TSE. Aliás, um adversário do bolsonarismo porque o bolsonarismo passou aí os últimos anos criticando, brigando com o Alexandre. Alberto Bombig, colunista do UOL

O colunista questionou, caso o tema seja colocado no debate, qual seria a possibilidade de Bolsonaro não receber direito de resposta, ainda mais após a decisão da Justiça Eleitoral.

"A decisão do Alexandre, obrigando o PT a não usar esse tema na campanha, eu entendo que, por exemplo, esse tema for colocado pelo Lula, como é que o Bolsonaro não vai conseguir direito de resposta, depois de uma decisão. Eu acho que essa decisão dá uma tranquilidade para o Bolsonaro."

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Já o colunista do UOL José Roberto de Toledo apontou que o "grande assunto do final de semana" foi a frase do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre meninas venezuelanas. A repercussão da declaração segue acontecendo e é maior que a ida do candidato à reeleição ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, no dia 12 de outubro.

Segundo o colunista, os dados de uma consultoria, que monitora 15 mil grupos públicos do WhatsApp, apontou que a quantidade de mensagens comentando sobre a declaração de Bolsonaro foi 37% maior do que a repercussão da visita do presidenciável à Basílica de Aparecida no feriado.

"Então, você vê que está crescendo [a repercussão do tema]. Teve um pico no sábado à noite e hoje está tendo um pico ainda maior do que no sábado e repercutindo negativamente, claro."

Toledo: Lula levar pauta da pedofilia para debate com Bolsonaro é arriscado

José Roberto Toledo também disse entender ser "arriscado" que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidir levar esse tema para o debate com o adversário.

O debate será realizado hoje, às 20h, em parceria do UOL, com a Folha de S.Paulo, TV Bandeirantes e TV Cultura.

É muito arriscado [Lula puxar esse assunto para o debate]. A gente nunca sabe. O Lula não sabe como o Bolsonaro vai reagir, obviamente, o Bolsonaro se preparou para essa situação. E a nunca sabe como as pessoas vão entender a exploração desse tema no debate. José Roberto de Toledo, colunista do UOL