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Oyama: Campanha de Bolsonaro vê 'semana catastrófica' e está desmotivada

Do UOL, em São Paulo

16/10/2022 20h11Atualizada em 17/10/2022 07h29

A colunista do UOL Thaís Oyama analisou hoje, durante o UOL Eleições 2022, os últimos dias da campanha eleitoral de Jair Bolsonaro (PL). O presidente do Brasil enfrenta críticas após falas sobre meninas venezuelanas, e a declaração viralizou nas redes sociais neste fim de semana.

O tema foi pouco abordado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate, realizado hoje em parceria do UOL, com a Folha de S.Paulo, TV Bandeirantes e TV Cultura. O próprio Bolsonaro, porém, disse que o assunto foi descontextualizado pela campanha do petista, em um momento em que Lula não tinha mais tempo para uma réplica.

Oyama comentou sobre os bastidores da campanha do presidente: "O clima, segundo revelou uma fonte, nunca esteve tão ruim. Foi uma semana catastrófica, a campanha está dividida e desmotivada".

Para a colunista, o "clima" nos bastidores pesou já há algumas semanas, quando Bolsonaro pediu ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e à Policia Federal que abrissem um inquérito contra os institutos de pesquisa. "Isso foi visto pela campanha como outro grande equívoco", relatou a colunista.

Aliado de Bolsonaro diz que 'pintou um clima' pode causar derrota. Perguntada se a fala de Bolsonaro possa ter prejudicado a campanha, a colunista revelou: "Os trackings da campanha (pesquisa interna) estavam vindo, na opinião deles, razoavelmente bem até sexta-feira. A queda nesse monitoramento assustou tanto que um 'figurão', aliado de Bolsonaro, chegou a dizer: 'Hoje, o presidente Bolsonaro pode ter perdido as eleições'".

Segundo a colunista, um candidato é prejudicado quando precisa sempre se justificar, mas a campanha ainda não está perdida.

"Ainda tem duas semanas de campanhas, outros debates, comícios... Então, isso que caiu agora, pode voltar a subir", analisa.

Oyama também enfatizou qual será o maior desafio neste final de campanha política. "Para os dois (Lula e Bolsonaro), o Sudeste é o mercado de votos, é onde rende mais rapidamente na reta final de campanha. É o que os dois precisam".

Sobre os indicadores de votos de Bolsonaro nessa região, Oyama disse: "Os trackings indicam que essa perda se deu, sobretudo, no Sudeste".

Josias: Bolsonaro dominou na fase final; Lula não lidou bem com o tempo

Segundo a análise do colunista Josias de Souza, Bolsonaro foi quem soube lidar melhor no final do debate promovido hoje pelo UOL. Para ele, Luiz Inácio Lula da Silva estava bem no início, mas perdeu o fôlego.

"No início, o Lula estava muito bem e dominou a cena. Trouxe o embate pro mundo real e conseguiu explorar um ponto fraco do Bolsonaro que é a questão da pandemia. Foi muito bem no primeiro bloco. Deu a impressão de que ia dominar o debate, mas ele se perdeu".

Lula e Bolsonaro responderam mal sobre orçamento secreto e petrolão, aponta Josias

Ainda para Josias, Lula e Bolsonaro responderam "mal" sobre, caso eleitos, se comprariam o Congresso Nacional com orçamento secreto, como feito no governo atual, ou com o "petrolão" (casos de corrupção na Petrobras), como ocorrido na gestão petista.

Josias fez a pergunta aos candidatos durante o debate organizado pelo UOL em parceria com a TV Bandeirantes, TV Cultura e Folha de São Paulo e realizado na noite deste domingo.

"Em verdade, os dois responderam mal. A gente tem um fato concreto, no governo do Lula, o Congresso foi comprado com o 'petrolão' e no governo do Bolsonaro, o Congresso agora também, o apoio legislativo, se dá por conta do orçamento secreto. E os dois fugiram da resposta."

O colunista também explicou que as regras determinam que os jornalistas que perguntam, como foi o caso do colunista do UOL, não tem direito à réplica do questionamento.

"É preciso que o nosso espectador saiba que o jornalista não tem direito à réplica. As regras são assim e os comitês [de campanha das duas candidaturas] insistem muito nesse ponto. Então, você faz a pergunta, você pergunta 'A', o sujeito responde 'Z' e você não pode retrucar", esclareceu.