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Governador diz que é possível descartar versão de atentado em Paraisópolis

Do UOL, em São Paulo

18/10/2022 11h09Atualizada em 18/10/2022 14h46

O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), descartou hoje a hipótese de que os tiros de ontem em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, tenham ocorrido em decorrência de um atentado contra o candidato ao Palácio dos Bandeirantes Tarcísio de Freitas (Republicanos).

"Aparentemente, é possível descartar a versão de atentado. É um crime comum. Graças a Deus, o Tarcísio e a sua equipe não tiveram nenhum tipo de problema", disse, respondendo a um questionamento feito pela reportagem do UOL Notícias em uma agenda de lançamento da obra para construção do novo COI (Centro de Operações Integradas), na região central de São Paulo.

O ex-ministro afirmou ontem que foi alvo de "um ato de intimidação" do crime organizado. Ele descartou que os tiros tenham conotação política ou eleitoral, mas considera que era o alvo.

A ação ocorreu porque criminosos armados foram surpreendidos por policiais à paisana, que faziam a segurança de uma agenda de Tarcísio, apontam as investigações conduzidas pela Polícia Civil. Com isso, já é possível afastar a versão de atentado.

João Camilo Pires de Campos, secretário de Segurança Pública de São Paulo, também se posicionou sobre o caso. Contudo, adotou uma postura mais cautelosa.

"Há um inquérito robusto, analisando e pesquisando esse fato. Qualquer coisa que se diga ou se antecipe, não há prudência. Então, vamos aguardar."

Em seguida, detalhou como foi a ação que resultou em confronto. "A tendência é de que houve um fato isolado próximo à equipe do Tarcísio, e nós vamos identificar. Muito possivelmente, houve um contato entre a polícia e criminosos. Alguma coisa aconteceu ali que deu início aos disparos."

Em seguida, reforçou a importância da captura de imagens no local ao ser questionado sofre eventuais vídeos de câmeras corporais acopladas em fardas de policiais. "As [imagens de] câmeras interessam muito. As imagens de vocês [repórteres que presenciaram a ação]. A polícia continua atuando. Não existe um metro quadrado de São Paulo onde a polícia não entre."

Como foi a ação que resultou em tiroteio. A ação começou quando policiais militares à paisana, que estavam no entorno do evento que contava com a presença de Tarcísio, abordaram dois homens sem capacetes em uma moto. Entre eles, o homem que acabou sendo morto, que estava na condução do veículo.

Após uma discussão com os agentes, eles saíram do local e voltaram em um grupo com ao menos oito homens armados. Dois deles portavam fuzis. Foi nesse momento que ocorreu o confronto, com a participação dos policiais à paisana e de outros fardados, que estavam nas imediações, mas não foram vistos pelos criminosos.

O que aconteceu? Uma agenda de campanha de Tarcísio foi interrompida por tiros na manhã de ontem na comunidade, que fica na zona sul de São Paulo. Ele não se feriu. Um suspeito foi baleado e morreu.

A reportagem do UOL Notícias estava no local e ouviu ao menos 25 disparos. Segundo o UOL apurou com PMs que atuam na região, Tarcísio não era o alvo dos disparos.

O candidato participava da inauguração do primeiro polo universitário da comunidade e conversava com integrantes do projeto no terceiro andar do prédio quando os disparos começaram do lado de fora, por volta das 11h20.

Assim, que os disparos começaram, integrantes da equipe de segurança do candidato e membros do projeto social pediram que os cerca de 30 presentes se abaixassem e ficassem longe das janelas.

Tarcísio deixou o local em uma van blindada, escoltado por seguranças, depois que a PM chegou ao local e os tiros cessaram, cerca de 15 minutos depois. Após o candidato deixar o prédio, policiais militares fortemente armados também orientaram que as demais pessoas saíssem do local às pressas.

Polícia identificou suspeitos. Dois homens foram identificados como suspeitos de participar do tiroteio. Ao todo, segundo a polícia, oito suspeitos participaram do tiroteio. Até o momento a polícia identificou Felipe Silva de Lima, 27, como o suspeito morto na troca de tiros, e Rafael de Almeida Araujo, que estava garupa da moto de Felipe.

Felipe chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu e morreu. Rafael está foragido.