Após defender parecer de militares, Bolsonaro chama auditoria de fake news

O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), apresentou nova versão sobre a auditoria das urnas eletrônicas pelas Forças Armadas. Após meses levantando dúvidas sobre o processo eleitoral, hoje (19), o presidente chamou de "fake news" a fiscalização das urnas pelos militares.

"Olha, as Forças Armadas não fazem auditoria. Lançaram equivocadamente. A comissão de transparência eleitoral não tem essa atribuição. Então, furada, fake news", disse Bolsonaro durante agenda no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Contagem paralela. Antes do primeiro turno, Bolsonaro incentivou uma apuração paralela da contagem de votos pelas Forças Armadas, com os boletins de urna do próprio TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Esse contexto aumentou a tensão entre Alexandre de Moraes, presidente da Corte.

O Tribunal de Contas da União se comprometeu a realizar outra auditoria, em forma de contraposição aos resultados que poderiam ser apresentados pelos militares.

Aguardando parecer. Na noite de 2 de outubro, após confirmada a ida ao segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro disse, no Palácio da Alvorada: "Vou aguardar o parecer aqui das Forças Armadas, que ficaram presentes hoje na sala cofre."

Ontem (18), Moraes deu prazo de 48 horas para o Ministério da Defesa apresentar cópia de uma eventual auditoria das urnas eletrônicas.

Sem auditoria. Conforme noticiou a colunista do UOL Carla Araújo, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio, informará ao TSE que os militares não fizeram auditoria durante o primeiro turno das eleições.

Bolsonaro repetiu a versão de seu ministro e negou a existência da auditoria. Questionado por um jornalista sobre o relatório, respondeu: "Está botando [palavras] na minha boca agora?".