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'TV minha': Bolsonaro diz que emissora pública é dele

Do UOL, em São Paulo

21/10/2022 22h16Atualizada em 22/10/2022 10h50

O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, classificou hoje a empresa pública federal EBC (Empresa Brasil de Comunicação), gestora da TV Brasil, como "TV minha" durante sabatina no SBT, realizada em parceria com Estadão, Rádio Eldorado, SBT, CNN, Veja, Nova Brasil FM e Terra.

Criada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2007, a EBC é a maior empresa pública federal e possui um conglomerado de mídia no Brasil. Uma das promessas da campanha eleitoral de 2018 de Bolsonaro afirmava que o presidente iria fechar ou privatizar a EBC quando assumisse o cargo, o que não aconteceu.

O tema veio à tona quando Bolsonaro comentava ter aberto concurso público para o "essencial", citando Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. "Os aposentados, ao longo desse tempo todo, estão na casa dos cem mil. Não fizemos a reposição, alguns poucos devemos fazer para não prejudicar o serviço público. Eu peguei essa máquina [pública] inchada. A própria TV minha, a EBC, tinham mais de 1.200 pessoas lá, passou para 400, quase tudo por aposentadoria. Nós fizemos o possível."

O atual chefe do Executivo também comentou que não pretende mexer na estabilidade dos servidores públicos, mas que o tema pode ser discutido para os futuros servidores.

Orçamento secreto não é secreto. No primeiro bloco da sabatina no SBT, Bolsonaro afirmou que o orçamento secreto não é secreto. "Secreto é o nome dos parlamentares que junto ao relator do orçamento é enviado então pedido de recursos para estados e municípios", disse.

Crítica a Bonner. Bolsonaro voltou a criticar o jornalista William Bonner, da TV Globo, ao comentar as declarações do apresentador sobre as condenações anuladas de Lula.

Convite para 'superlive'. Bolsonaro aproveitou suas considerações finais para convidar os espectadores a acompanharem uma "superlive" amanhã. A transmissão, segundo Bolsonaro, terá 22 horas de duração e contará com personalidades políticas, esportivas e religiosas, como o senador eleito Sergio Moro (União-PR), o jogador Neymar e o pastor Silas Malafaia.

Ligação do PT à censura. Bolsonaro associou Lula e o PT a tentativas de censura à imprensa. Sem citar nominalmente a rádio Jovem Pan, Bolsonaro lembrou que as medidas do TSE contra a emissora foram tomadas a pedido da sigla de Lula. "O PT não tem qualquer zelo, qualquer compromisso com a liberdade, haja vista que sempre fala no tocante a controle da mídia. Várias vezes disse que vai controlar vocês da mídia e controlar as mídias sociais", declarou.

Sem debate. A entrevista com Bolsonaro substituiu um debate que seria realizado entre ele e Lula. O petista recusou o convite para participar do evento.

Corrida eleitoral. De acordo com a última pesquisa do Datafolha, desta quarta-feira (19), Bolsonaro e Lula estão tecnicamente empatados na disputa presidencial pelo segundo turno. Sem contar brancos e nulos, Lula tem 52% da intenção dos votos válidos e Bolsonaro 48%, com margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.