Assédio eleitoral: demitido por telegrama, grupo protocola denúncia
Um grupo de cinco funcionários do Sesc-MG (Serviço Social do Comércio de Minas Gerais) protocolou uma denúncia por assédio eleitoral no MPT (Ministério Público do Trabalho) na tarde desta sexta (28).
No documento, eles afirmam que foram dispensados dos cargos que ocupavam sem justificativa após terem manifestado apoio a Lula, candidato do PT à presidência nas eleições de 2022. Alguns funcionários relatam que foram demitidos por telegrama. Outros, durante licenças médicas - o que não é permitido pela legislação.
"Anota-se que tal apoio político se deu fora do ambiente do trabalho", diz a denúncia. "Estão presentes indícios de perseguição política e eleitoral, em razão da contratação ter sido realizada por diretoria da gestão anterior, que se trata de pessoas com entendimento político diverso do atual", registra o documento em outro trecho.
No texto, os denunciantes pedem a suspensão das dispensas e a adoção das medidas administrativas e judiciais cabíveis.
"Todas as demissões aconteceram da última sexta-feira para cá", afirma Lúcio Medeiros, advogado que protocolou a denúncia no MPT.
Segundo ele, integrantes do grupo também consideram abrir um processo na Justiça do Trabalho por conta da situação. Muitos temem não conseguir se recolocar no mercado após o episódio.
No cargo há 2 meses, o presidente do Sistema Comércio MG Nadim Elias Donato Filho é apontado como responsável pelas demissões. O sistema reúne Fecomércio, Senac, Sesc e sindicatos empresariais de Minas Gerais.
Em nota, o Sesc-MG informou por meio de sua assessoria de imprensa que "que um novo presidente do Conselho tomou posse no dia 3 de outubro deste ano, para a gestão 2022/2026 e alguns funcionários foram desligados devido a mudanças organizacionais".
"O Sesc em Minas repudia completamente qualquer tipo de assédio moral e eleitoral, e oferece aos colaboradores um ambiente em que todos tenham plena liberdade política. A nova diretoria se mostra confiante e comprometida a trabalhar no cumprimento dos seus objetivos legais e estatutários, em benefício do comércio, comerciários e sociedade", afirmaram representantes da entidade no texto.
Já o MPT de Minas informou que, até 16h30 deste sábado, não constava no sistema do órgão registro de denúncia que tivesse o Sesc-MG como investigado. Entretanto, representantes do Ministério Público do Trabalho afirmaram que existe possibilidade da denúncia ter sido protocolada e ainda não estar disponível para visualização.
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