Na avaliação do colunista do UOL Josias de Souza, o próximo presidente da República terá grandes dificuldades independentemente do resultado no segundo turno da eleição deste ano. Segundo a análise, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou Jair Bolsonaro (PL) precisarão negociar constantemente com os opositores para governar conforme os próprios objetivos.
"O povo é pragmático, está votando por uma vida melhor. Isso vai depender da capacidade do presidente de lidar com muitas adversidades. Normalmente, o calor das urnas confere ao eleito uma aparência de 'Super-Homem'. Mas quando desce das nuvens da consagração para o chão escorregadio da administração, o novo presidente descobre que o seu poder se dissipa na máquina do estado, e também no legislativo".
Durante participação no UOL Eleições 2022, Josias também criticou a disputa entre Lula e Bolsonaro, avaliando ser "uma das piores campanhas eleitores da história do Brasil" desde a redemocratização na década de 1980.
"O PT engoliu todas as iscas jogadas pelo bolsonarismo e entrou em um jogo baixo de rede social. Foi uma campanha suja e pobre de ideias, com desinformação e mentiras. Um grade desserviço do ponto de vista democrático", completou o colunista.
Josias de Souza afirma que, além de manter um regime democrático, os eleitores também estão focados em garantir um governo que proporcione "uma vida mais próspera e tranquila, em que as pessoas possam trabalhar, estudar e progredir".
"O resultado da eleição será muito apertado. O 'Super-Homem' vai chegar com uma oposição dentro e fora do parlamento. Em segundo lugar, é um congresso com 'código de barras', com um orçamento secreto que dá a ele aparência de congresso 'pilântrico' (sic). Você já sabe que o presidente precisará negociar com a barriga no balcão, seja quem for. O Legislativo não perde por esperar, vai querer extrair todas as vantagens que o déficit público puder assegurar".
Advogado: Ação da PRF é abuso de poder e pode levar a cassação de Bolsonaro
Anteriormente, Josias afirmou parecer "frágil e precária" a conclusão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que as operações policiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) nos estados "em nenhum caso impediram a votação" dos eleitores.
Durante coletiva de imprensa realizada na tarde de hoje, o ministro disse também que foi determinado que as polícias interrompessem as ações.
Segundo a TV Globo, a maioria das operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal neste domingo (30) aconteceu no Nordeste, com 272 ações ao todo (49,5%). No Norte, foram 59 (10,7%), 48 no Sudeste (8,74%), e 48 no Sul (8,74%).
"Ele diz que quando o ônibus foi parado pela Polícia Rodoviária Federal foi feita a inspeção, em função de pneu careca ou farol quebrado, mas não houve prejuízo porque o ônibus depois foi liberado e o eleitor chegou ao seu destino, que era a cabine de votação. Será? Como o ministro pode assegurar isso?", disse ele.
Maierovitch: Bolsonaro usa PRF na campanha e faz vale-tudo para ganhar
O jurista e colunista do UOL Wálter Maierovitch afirmou que Jair Bolsonaro (PL) está usando a PRF (Polícia Rodoviária Federal) em sua campanha e que faz uma espécie de "vale-tudo" para ganhar as eleições.
"Bolsonaro instaurou um vale-tudo, uma vale-tudo para ganhar, e se não ganhar ter desculpas", disse depois de afirmar que as ações da PRF mostram uma tentativa de quebrar o princípio da igualdade.
Ele também expressou preocupação com os próximos meses do ano, caso Bolsonaro seja derrotado nas urnas, relembrando declarações em tom golpista do atual presidente, por exemplo, no dia 7 de setembro.
Hoje é dia 30 de outubro e nós temos novembro e dezembro, porque a posse e início do exercício do presidente eleito começará no dia 1º [de janeiro]. Temos um espaço de tempo muito preocupante para alguém que durante todo o seu mandato trabalhou para conseguir a reeleição, para buscar a autocracia e terminar com a democracia".
Assista à íntegra do programa especial do UOL nas eleições:
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