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Flávio Dino: Bolsonarismo foi superestimado e se reduzirá ao tamanho real

Do UOL, em São Paulo

31/10/2022 15h17Atualizada em 31/10/2022 16h44

O senador eleito pelo Maranhão e ex-governador do estado, Flávio Dino (PSB), avalia que o bolsonarismo foi "superestimado" pelo uso da máquina pública e a desinformação. Ao UOL News, Dino também diz que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se vingará de Jair Bolsonaro (PL), mas investigações serão cobradas.

O ex-governador diz que o eleitor extremista de Bolsonaro não corresponde aos 49% dos votos que ele teve. "Existe o bolsonarismo de essência, eu diria, que é o extremista, correspondendo a uma pequena parte dos 49% de votos que ele teve".

Para ele, isso é "superestimado". "Isso estava duplamente superestimado, de um lado pelo próprio exercício do poder, o comando da máquina, que ele usou sem pudor", disse. "A outra razão da inflação da força do Bolsonaro derivava de notícias falsas e mentiras".

Segundo o senador, essa "foi uma eleição das mais abusivas da história brasileira". "Muita gente votou nele achando que Lula iria fechar igreja", falou. "Havia o território das notícias falsas e o uso da máquina. Pessoas foram impedidas de votar."

A tendência, para Dino, é de que o "bolsonarismo volte ao seu real tamanho", mas que, mesmo assim, é "uma força que tem representatividade". "Tem legitimidade na medida em que não queira destruir a democracia, porém não equivale a 49% da sociedade".

Flávio Dino: Bolsonaro é coerente na insensatez e silêncio é oportunista

Ainda segundo Flávio Dino, os "esperneios e arruaças" já eram esperados. "Bolsonaro está sendo coerente na sua insensatez. Esse silêncio, na verdade, é oportunista, é um silêncio de quem fomentou de algum modo essas cenas de discórdia e confrontação, mas que não encontra terreno fértil".

Ele avaliou que não haverá problemas na transição. "Temos uma lei que fixa como é a transição. O presidente Lula conduz, como presidente eleito, e a equipe atual tem a obrigação de fornecer informações".

Flávio Dino: Discurso de união nacional não pode ser confundido com leniência

Por fim, o senador nega que haja retaliação ou vingança contra Bolsonaro, e diz que "não devemos confundir união nacional com leniência, ilegalidade e crime". "Ouvi ontem um desses líderes políticos falando que não pode haver retaliação e nem vingança, é óbvio que não", disse. "Não faremos isso, porém lembremos o que está acontecendo nos Estados Unidos: o Trump tentou destruir a democracia dos Estados Unidos e perdeu. O Congresso e as instituições continuam apurando irresponsabilidades".

Dino afirma que é essencial que tudo seja apurado para "proteger eleições futuras". "Ele não será responsabilizado pelo governo, mas precisamos que as instituições nacionais e internacionais cumpram o seu papel. Não será o governo e o presidente Lula que vão promover isso", afirmou. "Vamos diferenciar o que é vingança do que é justiça, do que é verdade daquilo que seria perseguição. A verdade tem que ser apurada."

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