Na avaliação do colunista do UOL Tales Faria, caso seja comprovado algum envolvimento de Jair Bolsonaro (PL) no ato de paralisação de estradas por caminhoneiros em diversos estados do país, o atual presidente tem chances de ser preso.
Tales afirmou que, assim como disse Marina Silva (Rede), o ato dos caminhoneiros é o "Capitólio do Bolsonaro". "Ele está em silêncio querendo ver como a turma dele vai reagir e aí ele pode tentar um Capitólio", disse.
Ele ainda criticou a manifestação dos caminhoneiros, dizendo que essa ala mais radical do bolsonarismo está começando uma ação de "resistência" ao resultado das eleições, mas pontuou que essa movimentação pode comprometer Bolsonaro.
"Se ele [Bolsonaro] for responsabilizado por mais essa burrada, ele tem mais uma chance de acabar atrás das grades. Ele e os filhos dele já falaram que para invadir o Supremo basta um jeep e um cabo."
Por outro lado, Tales ponderou que eventuais tentativas de Bolsonaro de descredibilizar o resultado das eleições devem ser barradas pelas instituições, que já sinalizaram uma atuação em defesa da democracia.
"Podem tentar alguma coisa, mas as instituições já mostraram capacidade de resistir a tentativas proto golpistas ou golpistas. Certamente vai ter uma atitude da Justiça e creio que também dos militares, que não aderiram às várias tentativas do Bolsonaro de levar a uma aventura e deram um 'chega pra lá'", disse durante participação no UOL News.
Marina Silva: 'Ato de caminhoneiros é versão do Capitólio à la Bolsonaro'
"No caso dos caminhoneiros, eu entendo isso como uma espécie da Capitólio à lá Bolsonaro. Ele está manipulando pessoas e seguimentos estratégicos", disse Marina Silva sobre caminhoneiros que fazem bloqueios em ao menos 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal.
Ex-ministra em governos petistas, ela também não descartou aceitar novos cargos voltados ao meio ambiente e afirmou acreditar que a composição ministerial de Lula será diversificada.
"O governo precisa ter uma relação em termos de diálogo com o Congresso Nacional, que o porta-voz dos diferentes segmentos da sociedade", disse sobre a relação do petista com o Poder Legislativo a partir de 2023.
Deputado líder caminhoneiro: Ato é ideológico e não representa a categoria
"Esses atos que estão acontecendo desde ontem pelo Brasil não são pautas e essas pessoas não representam os caminhoneiros", disse o deputado federal e presidente da frente parlamentar mista em defesa dos caminhoneiros autônomos e celetistas Nereu Crispim (PSD-RS).
Ele ainda fez questão de reiterar que as verdadeiras pautas dos caminhoneiros vêm desde 2018 e contemplam o piso mínimo do frete, a mudança da política de preços da Petrobras, aposentadoria aos 25 anos de serviço e unificação dos documentos fiscais. O deputado ainda criticou Bolsonaro, dizendo que suas promessas para as eleições em 2018 não foram cumpridas.
"Lá em 2018 o então candidato Bolsonaro fez promessas que se fosse eleito iria resolver ou iria dar uma atenção para a pauta dos caminhoneiros, e na realidade nesses quatro anos ele não resolveu nada e está aí o resultado, de que ele não foi reeleito".
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