Com Datena e Marçal, disputa por Prefeitura de SP ganha 5 nomes em 2 meses

A corrida pela Prefeitura de São Paulo ganhou cinco pré-candidatos desde março. Além do apresentador José Luiz Datena (PSDB) e do influenciador Pablo Marçal (PRTB), João Pimenta (PCO), Ricardo Senese (UP) e Fernando Fantauzzi (Democracia Cristã) também entraram na disputa.

O que aconteceu

Pesquisa Datafolha divulgada na quarta (29) aponta Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) empatados na liderança. No cenário com Datena (PSDB) e Kim Kataguiri (PSDB), o psolista tem 24% — contra 23% do atual prefeito. Em outro cenário, sem Kim e Datena, Boulos tem 26% e Nunes, 24%.

Novos pré-candidatos têm potencial para embolar a disputa. A pré-candidatura de Marçal, lançada na última sexta-feira (24), desperta simpatia de bolsonaristas. O influenciador foi bem em sondagens compartilhadas entre apoiadores do ex-presidente — muitos descontentes com o provável apoio ao atual prefeito. "Nunes precisa ser esperto", disse um bolsonarista ao UOL.

Pesquisa AtlasIntel indica que a entrada de Marçal afeta o projeto de reeleição do atual prefeito. A diferença nas intenções de voto de Ricardo Nunes varia mais de dez pontos percentuais com a participação do coach na eleição.

Em nota, Marçal diz que recebe resultado com alegria — mas sem surpresa. No texto, o pré-candidato frisou ainda que "no período da realização dessa pesquisa, a maioria da população não tinha conhecimento da pré-candidatura".

Com o coach na disputa, Boulos se isola na liderança. Datafolha e Paraná Pesquisas, no entanto, mostram Boulos e o prefeito tecnicamente empatados e Marçal com intenção de voto menor.

Flerte de Nunes com bolsonarismo ainda não foi correspondido. Em entrevista recente, o prefeito disse que espera que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o apoie e venha "a público" defender sua candidatura. Ele vê a parceria com o ex-presidente como "super-importante".

O maior receio da campanha de Nunes sempre foi um segundo candidato bolsonarista. O prefeito não se identifica tanto assim com o ex-presidente Jair Bolsonaro, apurou a colunista do UOL Raquel Landim.

Já Datena, inicialmente cotado para vice da deputada Tabata Amaral (PSB), anunciou que deve ser cabeça de chapa pelo PSDB. Por ser a quinta vez que o jornalista ensaia se lançar na disputa, há dúvidas se ele manterá a intenção até a oficialização das candidaturas.

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Candidatura do jornalista pode impactar votos de Tabata. Em cenário com o apresentador, a parlamentar tem 9,9% das intenções de voto na pesquisa AtlasIntel, e ele, 7,9%. Sem ele, ela vai a 11,1%.

Apesar da situação, Tabata afirma que ainda negocia vaga de vice com PSDB. Mario Covas Neto (de volta à sigla desde abril) e Ricardo Trípoli são os nomes mais cotados. Nem a possibilidade de Datena ser vice é descartada. Aliados da deputada dizem não acreditar que o apresentador será mesmo candidato.

Quem são os demais pré-candidatos

Pré-candidata do Novo defende bandeira bolsonarista. Em abril, Marina Helena usou em entrevista uma camisa que pedia o impeachment de Alexandre de Moraes. O ministro do Supremo Tribunal Federal é desafeto do ex-presidente e seus apoiadores. Apesar disso, Bolsonaro não deve apoiar a candidata do Novo em outubro.

Destino de Kim Kataguiri segue incerto. Deputado federal pelo União Brasil, ele venceu prévias realizadas pelo MBL em julho de 2023 e se anuncia como pré-candidato do movimento à prefeitura. Porém, Kataguiri não tem o apoio de seu partido, que é da base de Nunes e deve integrar a coligação por sua reeleição.

Metroviário é pré-candidato pela Unidade Popular. Ricardo Senese deve ser o primeiro membro do partido de esquerda criado em 2019 a disputar a Prefeitura de São Paulo. Ele foi um dos detidos após confusão entre Polícia Militar e manifestantes quando a Alesp aprovou texto que permitiu a privatização da Sabesp.

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Senese não é o único metroviário na disputa. Além dele, Altino Prazeres (PSTU), diretor do sindicato da categoria, também deve encarar as urnas em 2024.

Fernando Fantauzzi disputará pelo DC (Democracia Cristã). Ele foi secretário de Planejamento da capital paulista durante a gestão do ex-prefeito interino Regis de Oliveira, que substituiu Celso Pitta durante o processo de impeachment.

João Pimenta é o pré-candidato do PCO. Ele é filho do presidente nacional da sigla, Rui Pimenta. A decisão de não apoiar a candidatura de Boulos é porque ele está "muito para a direita", disse ao jornal Folha de S.Paulo.

Vices ainda são incógnitas

Com exceção de Boulos, que anunciou a ex-prefeita Marta Suplicy como sua companheira de chapa em janeiro, os demais pré-candidatos não sinalizaram quais devem ser seus vices na disputa.

Em alguns casos, como o de Nunes, até seis nomes são apontados como postulantes à vaga.

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UOL e Folha realizam debate com candidatos à Prefeitura de São Paulo em 30 de setembro, às 10h. Serão convidados os três candidatos mais bem colocados em pesquisa Datafolha divulgada até 25/08. O encontro terá 90 minutos de duração, sem intervalo, e será realizado com o modelo de banco de tempo.

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