Candidatos à Prefeitura de SP criticam Maduro e citam indícios de fraude

Candidatos e pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo criticaram nesta segunda-feira (29) o anúncio da vitória do presidente Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela.

O que disseram

Tabata Amaral (PSB) disse que "há motivos" para crer que houve fraude. "Intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins", escreveu a candidata.

Ricardo Nunes (MDB) também fala em "fortes indícios de fraude". O atual prefeito e pré-candidato à reeleição disse que "um democrata não pode reconhecer o resultado" e pediu que o Brasil não seja cúmplice de "ditadores de estimação".

Datena afirmou que o resultado da eleição na Venezuela é "inaceitável". "Esse Maduro é uma ameaça à democracia, não só ao país dele, povo pacato e amigo do Brasil, mas à América do Sul. É inaceitável um antidemocrata, um cidadão ditador como esse, continuar destruindo a Venezuela", disse o candidato do PSDB. O apresentou disse esperar que o governo brasileiro seja "firme contra essa ameaça à democracia".

Guilherme Boulos publicou uma nota dizendo que acompanha a situação "com preocupação". O deputado federal e pré-candidato pelo PSOL afirmou que vai "esperar a posição da diplomacia brasileira, que está monitorando de perto a situação no país e aguardando a divulgação das atas das sessões eleitorais." O governo do presidente Lula, padrinho político de Boulos, cobrou a divulgação de dados das urnas pela Venezuela e não reconheceu, até o momento, a vitória Maduro.

"Não há nada para esperar de um ditador", afirmou Marina Helena. A candidata do Novo acusou Maduro de colocar as Forças Armadas nas ruas para "intimidar a população".

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Para Kim Kataguiri, Maduro "roubou" as eleições na Venezuela. "Para a surpresa de um total de zero pessoas, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela declarou a vitória de Maduro. Mesmo com diversas parciais mostrando a derrota do ditador, essa foi a decisão do CNE", disse o pré-candidato do União Brasil.

Pablo Marçal classificou a declaração de vitória como "um atentado à democracia". "Maduro se declara reeleito, quando todas as pesquisas apontavam sua derrota esmagadora. É trágico ver um país que já foi um dos mais ricos do mundo afundar seu povo na miséria sob esse regime totalitário", disse, além de criticar "parte da esquerda brasileira", que sempre aplaudiu esses canalhas, apoiando uma ditadura que destrói vidas. Isso mostra o perigo real dessas ideologias e acende o alerta para todos nós."

Venezuela diz que Maduro venceu com 51,2%

Com 80% das urnas apuradas, Maduro obteve 5,150 milhões de votos (51,2%) contra 4,445 milhões (44,2%) do principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia. Segundo o CNE (Conselho Nacional Eleitoral), o resultado era irreversível com 80% das urnas apuradas. A vantagem de Maduro era então de cerca de 700 mil votos. O anúncio foi feito por volta da 1h desta segunda-feira (29), horário de Brasília e, desde então, nenhum outro boletim foi passado pelo órgão.

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