Crescimento de Marçal na disputa acirra divisão entre bolsonaristas em SP
O crescimento do candidato à Prefeitura de São Paulo do PRTB Pablo Marçal na pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (22), acirra a divisão na base bolsonarista em São Paulo.
O que aconteceu
Aliados de Bolsonaro afirmam que o ex-presidente vai atuar de uma forma mais incisiva nas redes sociais contra Marçal. O UOL apurou que o ex-presidente está insatisfeito com os comentários do empresário e deve confrontá-lo com mais frequência. Um dos interlocutores de Bolsonaro ouvidos pela reportagem disse que a "lua de mel" entre ambos está suspensa até, pelo menos, o segundo turno.
Base bolsonarista paulista está dividida. Eles afirmam que após Bolsonaro ter comentado publicações de Marçal a disputa entre eleitores da direita se acirrou. Segundo lideranças do PL ouvidas pelo UOL, o apoio ao candidato do PRTB não significa "falta de lealdade" a Bolsonaro, mas uma discordância em relação ao apoio para reeleição de Ricardo Nunes (MDB).
Ex-presidente tem se incomodado com conteúdos publicados por Marçal. Aliados de Bolsonaro dizem que a irritação tem ocorrido pelo fato de o empresário estar "distorcendo conteúdos" e "forçando um apoio" que, segundo bolsonaristas, ele não tem. Lideranças afirmam que a negativa do ex-coach em responder a questionamentos do podcaster Paulo Figueiredo, sobre o ministro do STF Alexandre de Moraes, provocou mal-estar entre os apoiadores do ex-presidente. Fotos de Marçal com Moraes também passaram a ser compartilhadas nas redes sociais.
Alguns parlamentares de direita veem o crescimento de Marçal como "irreversível". Segundo lideranças ouvidas pela reportagem, apoiadores de Marçal se mantêm fiéis ao que o candidato que, para eles, representa a figura antissistema. Além disso, o ex-coach tem evocado símbolos bolsonaristas e pauta de costumes de forma frequente em eventos. Na convenção do PRTB, por exemplo, Marçal fez uma oração ao final do evento.
Avaliação de lideranças parlamentares de direita é que Bolsonaro não transfere o capital político para Nunes. O prefeito foi de 23% para 19% na última pesquisa Datafolha. À reportagem interlocutores afirmam que Bolsonaro "sabe que fez a escolha errada", mas deve avaliar como será a participação do prefeito nos atos do Sete de setembro, na avenida Paulista — onde Marçal também é esperado.
Bolsonaristas acreditam que resultados da pesquisa não captaram o efeito das rusgas entre Marçal e Bolsonaro. Entre lideranças de direita, havia preocupação com o cenário, mas interlocutores afirmaram que um crescimento por parte de Marçal era esperado.
Marçal cresce e empata com Boulos e Nunes
O empresário está empatado tecnicamente na liderança com Guilherme Boulos (23%) e Ricardo Nunes (19%). A margem de erro é de três pontos percentuais. Marçal tem rivalizado com o candidato do PSOL e recorrido a factoides para atacá-lo. Com o atual prefeito, o ex-coach diz que ele é um "banana".
Após o resultado da pesquisa, Marçal disse que não haverá segundo turno. "Somos só nós contra tudo e todos. Isso porque a pesquisa está errada", escreveu o empresário. Ele também afirmou que vai "bater forte nesses covardes", se referindo aos adversários.
Datafolha apontou que Marçal agora lidera com folga as intenções de voto entre os eleitores do ex-presidente, com 44%. Nunes marcou 30%. No início do mês, o levantamento mostrou que o empresário tinha 29%, e o prefeito, 38%. Entre os eleitores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-coach subiu de 25% para 41% — já Nunes foi de 42% para 28%.
O Datafolha divulgado nesta quinta-feira (22) foi realizado na terça (20) e quarta (21) — ou seja, após três debates e o início da campanha eleitoral. Ao todo, foram ouvidas 1.204 pessoas na capital.
Datena e Tabata para trás
O crescimento de Marçal deixou o apresentador José Luiz Datena (PSDB) para trás, com 10%. O tucano disse que se Marçal cresceu na pesquisa "deve ter feito por merecer". Datena afirmou que vai tentar melhorar o desempenho de sua campanha.
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Quero receberEquipe de Tabata Amaral (PSB) comemorou a marca de 8% na pesquisa estimulada e na espontânea. "Foi o que esperávamos, ela continua crescendo nas pesquisas", disse o marqueteiro Pedro Simões. A candidata tem o desafio de ser conhecida pelo eleitorado paulistano.
Para a campanha de Tabata, decisão de ir aos debates se mostrou vantajosa. "A coragem de Tabata em enfrentar Marçal nos debates e a avalia positivamente por mostrar propostas concretas e postura equilibrada, ao contrário do Marçal, que vê a sua rejeição crescer", diz nota divulgada pela equipe.
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