Família Bolsonaro parte para o ataque contra Marçal nas redes
O núcleo duro do bolsonarismo tomou a decisão estratégica de partir para o ataque contra Pablo Marçal nas redes sociais.
Conforme apurou a coluna, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) vão rebater nas redes qualquer associação que Marçal fizer com o nome de Bolsonaro.
A percepção é que Marçal quer se "apropriar da marca Bolsonaro" e confundir o eleitor de São Paulo, fazendo-se passar por candidato do ex-presidente.
Hoje de manhã, Marçal comentou numa postagem de Bolsonaro: "para cima capitão, como você disse, eles vão sentir saudades de nós".
Bolsonaro prontamente respondeu: "Nós? um abraço". E foi seguido pelo filho Eduardo: "estranho, em 2022, você disse que a diferença entre Lula e Bolsonaro é que um deles tinha um dedo a menos. Só acordou agora?".
Mais tarde, também respondendo a polêmica sobre a doação de Marçal para a campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018, Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, escreveu na rede X: "a quem possa interessar o presidente Bolsonaro não pediu doação para ninguém durante o período eleitoral".
O episódio de hoje, portanto, não se trata de algo isolado. A ideia é rebater os movimentos do candidato do PRTB para neutralizá-lo nas redes — um ambiente que os Bolsonaro também dominam.
A estratégia de Marçal de se "colar" em Bolsonaro vem tirando intenções de voto do candidato apoiado pelo ex-presidente, o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Pesquisa Atlas mostrou que Nunes tinha 55,2% da preferência de quem votou em Bolsonaro em 2022. O número caiu para 38,6%. Já Marçal, que aparecia na sondagem anterior com 25,3% desses votos, teve um salto para 41,8%.
Nesta quinta (22), levantamento do Datafolha aponta que Marçal cresceu sete pontos em duas semanas e está empatado na liderança da disputa. Ele marcou 21%, enqunato o deputado Guilherme Boulos (PSOL) oscilou de 22% para 23%, e Nunes que foi de 23% para 19%. Marçal subiu no espaço do recuo de o prefeito e do apresentador José Luiz Datena (PSDB) — que passou de 14% para 10%.
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