Conteúdo publicado há 17 dias

Josias: Boulos faz cálculo equivocado e erra mão ao rebater Marçal

Guilherme Boulos (PSOL) se equivoca na estratégia que adotou para rebater as acusações de Pablo Marçal (PRTB) e precisa ajustar seu discurso para confrontá-lo, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta terça (27).

Ontem, em participação no Roda Viva, da TV Cultura, Boulos chorou durante o programa e desafiou Marçal a apresentar provas de que ele usa cocaína.

Não tem ponto final com Marçal; só reticências. Em tempo de campanha eleitoral, o ar fica impregnado de discursos, e alguns deles podem soar cheios de ar. Boulos já havia se emocionado ao falar do bullying que sua filha sofre na escola por conta as acusações levianas do Marçal. Ele parece tomado de genuína emoção quando revela esse fato.

Mas no meio de uma campanha que foi convertida em guerra por um franco-atirador como Marçal, a emoção parece coisa de quem se deixou controlar pela raiva. Boulos tinha se equipado para suavizar sua imagem e disputar o voto de centro em uma campanha apertada contra Ricardo Nunes. De repente, a estratégia do PSOL e do PT foi abalroada por um candidato disposto a tudo para convulsionar a disputa e sempre dobra a aposta.

Boulos está fazendo um cálculo do tipo custo-benefício que, ao meu juízo, está equivocado. Está errando a mão. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias comparou o tom das campanhas de Boulos e de Tabata Amaral no enfrentamento a Marçal e considera a estratégia da candidata do PSB mais adequada.

Quando se compara à campanha da Tabata Amaral, ela está encurralando Marçal e jogando no ventilador dele o crime pelo qual foi condenado e os vínculos que o PCC mantém com correligionários dele. No vídeo que divulgou ontem, Tabata desafiou Marçal e insinuou que já descobriu o truque dele para anabolizar os novos perfis que lançou nas redes sociais.

Como está mais bem posto nas pesquisas, Boulos imaginou que poderia terceirizar esse tipo de tarefa a Tabata, que está mais atrás e não perde nada se adotar um tom mais agressivo. Se analisasse melhor a conjuntura, talvez Boulos percebesse que perde muito, sim, quando faz esse jogo de cálculo político.

É preciso tratar o personagem com o estilo que ele merece. A campanha mudou de configuração. O PSOL e a coligação do Nunes têm muita dificuldade para lidar com Marçal. O Datena nem se fala: perdeu-se nos desvãos de uma campanha desvirtuada por um franco-atirador.

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Boulos disse 'não ter sangue de barata', mas é preciso muito sangue frio e uma estratégia muito mais refinada e conectada com a necessidade do momento. A Tabata está fazendo uma campanha mais ajustada. É bom não dar sorte ao azar e tratar o personagem já agora no primeiro turno com a rigidez que ele merece e agressividade que requer. Boulos até ajustou seu discurso, mas ainda está muito aquém do que Marçal merece. Josias de Souza, colunista do UOL

Sakamoto: Marçal bomba fake sobre Boulos quando confrontado de elo com PCC

Pablo Marçal sempre recorre à acusação, sem apresentar provas, de que Guilherme Boulos usa cocaína quando é confrontado com sua condenação por fraude bancária e a ligação de membros de seu partido com o PCC (Primeiro Comando da Capital), afirmou o colunista Leonardo Sakamoto.

Marçal levanta essa bola toda vez que a imprensa começa a vasculhar mais o passado criminoso dele. Ele foi condenado e só não foi preso porque recorreu por tanto tempo que a condenação prescreveu.

Toda vez quando se diz que o presidente do partido dele e outros membros têm relação com o PCC e trocavam cocaína por carros, Marçal vem e fala isso [do Boulos]. É uma cortina de fumaça 2.0 daquela que o bolsonarismo utilizava.

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Toda vez quando Marçal é acusado de estar em um ambiente próximo ao PCC e confrontado com estas relações, ele conta essa mentira da cocaína. Mesmo na sabatina na GloboNews, ele desviava aqui e ali e tentava jogar a pauta dele: 'E o Lula? E o Boulos?'. A resposta é outra: e você?

Marçal não apresentou provas contra o Boulos, mas há um monte contra ele. Há condenação criminal. Apesar de Marçal estar montado em relações mais próximas da cocaína e do PCC, ele acusa os outros. A tática é velha e o povo cai em cima, mas cabe aos candidatos e à imprensa não caírem. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

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Opinião

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