PCC está em quase tudo, diz Marçal após Tabata associá-lo à facção em vídeo

O candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) afirmou nesta sexta-feira (23) que o PCC "está infiltrado em quase tudo". A fala ocorreu durante sabatina na Record TV após a polícia investigar suspeitas de ligação de aliados do PRTB ao grupo.

O que aconteceu

Marçal negou ter ligações com membros do facção criminosa Primeiro Comando da Capital. Uma investigação da Polícia Civil de Mogi das Cruzes, em São Paulo, aponta ligações de articuladores do PRTB com integrantes da facção. A apuração mira homens de confiança de Leonardo Avalanche, presidente da sigla de Marçal, que apareceu no Datafolha tecnicamente empatado na liderança da disputa eleitoral.

Hoje, a também candidata à prefeitura Tabata Amaral (PSB) gravou um vídeo relacionando acusações contra Marçal. Nas imagens, ela mostra fotos de pessoas que apareceram em investigações com denúncias que supostamente ligariam o candidato à facção criminosa.

O empresário atribuiu s organização do crime no país ao que chamou de "bagunça" das instâncias municipal, estadual e federal. "Você sabe por que o crime é organizado? Porque a prefeitura, o governo do estado e a federação governada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma bagunça", disse. "Todos do meu partido que tiverem qualquer envolvimento com quem quer que seja, que paguem".

Ele disse que o "partido é o que mais atrapalha" em relação às acusações que ligam Avalanche à facção paulista. São alvos de investigação Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio Cesar Pereira, sócio de Escobar. A dupla foi ligada a Francisco Chagas de Sousa, conhecido como Coringa, preso em agosto de 2020. A polícia apreendeu com ele uma arma, drogas, celular e um pen drive com "material relacionado ao controle de integrantes do PCC".

"Direita não tem dono"

Marçal também comentou na sabatina os recentes conflitos com a família Bolsonaro. Desde que Marçal subiu nas pesquisas, o bolsonarismo rachou. Pesquisas de intenção de voto indicam que o eleitor prefere o influenciador ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado por Bolsonaro.

Marçal e Bolsonaro chegaram a trocar farpas em uma rede social. Questionado na sabatina sobre a discussão de ontem (22), quando Marçal cobrou o dinheiro que doou a Jair Bolsonaro (PL) em 2022, o influenciador disse que sua indisposição é com o filho do ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). "Ele realmente atrapalhou a eleição dele e continua atrapalhando o movimento das pessoas liberais e conservadores do país", disse.

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Marçal afagou Bolsonaro na entrevista, mas também o provocou. Primeiro, disse que que o ex-presidente "errou muito em querer apoiar um comunista", em referencia a Nunes, que é de direita. Depois, contemporizou. "Na hora que passar a eleição, volta ao normal", disse.

Marçal tentou justificar as críticas feitas a Bolsonaro na eleição de 2022. Na ocasião, ele afirmou que a diferença dele para o então candidato Lula (PT) era que Bolsonaro tinha um dedo a mais. "Eu era candidato a presidente da República", lembrou. "Você vai ficar babando ovo para outro candidato?"

No final, deixou o recado de que Bolsonaro não tem monopólio sobre a direita. Marçal recorreu a citações bíblicas durante a entrevista. Ele fez o mesmo na convenção que oficializou sua candidatura em São Paulo.

Um beijo para o Bolsonaro. Ele tá apoiando o Nunes. Ele não pode tirar a palavra dele, mas a direita não tem dono, a liberdade não tem dono.
Pablo Marçal, candidato a prefeito pelo PRTB

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