O Radar das Eleições: escalada de violência em SP preocupa ministros do TSE
A escalada da violência na eleição de São Paulo tem preocupado ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), disse a colunista do UOL Andreza Matais no Radar das Eleições desta terça-feira (24). Depois da cadeirada no debate da TV Cultura, o encontro organizado pelo Flow entre os candidatos nesta segunda (23) terminou com um assessor de Pablo Marçal (PRTB) agredindo o marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB).
Conversei com ministros que pediram reserva e a avaliação é a de que é preciso ter muita preocupação com o que está ocorrendo porque essa postura agressiva dos candidatos tem dois reflexos: o primeiro é o silenciamento da política (...) Esse tipo de episódio afasta muito as pessoas da política. Uma outra questão é estimular a agressividade. Andreza Matais
A colunista Carla Araújo, chefe da sucursal do UOL em Brasília, apurou que havia pessoas armadas no estúdio onde ocorreu o debate de ontem. Um dessas pessoas era um sargento da Rota que tentou proteger José Luiz Datena (PSDB) e Nunes no meio da confusão. Ele não está oficialmente na campanha do Datena e disse à colunista que acompanhava o candidato por seu amigo do apresentador.
Eu perguntei ao sargento Victor se ele estava armado no estúdio e ele disse: 'Um policial, sendo da Rota ou não, militar ou civil, por questão de defesa pessoal, tem a prerrogativa de sempre andar armado, até porque já fiz a prisão de inúmeros criminosos em outras ocasiões' (...) Um ambiente de ânimos exaltados, com figuras que usam armas, legítimas, no caso. Mas há um risco. Infelizmente, a violência está presente na campanha política. Carla Araújo
Segundo Raquel Landim, apresentadora do programa e colunista do UOL, a equipe jurídica de Nunes vai pedir à Polícia Civil para investigar se o soco no marqueteiro Duda Lima foi premeditado. Se isso ficar comprovado, o advogado Daniel Bialski, que defende o publicitário, pretende pedir a extensão da medida protetiva contra toda a equipe de Marçal, o que poderia incluir até o candidato e complicar sua ida aos próximos debates.
Duda Lima teria sido filmado durante praticamente todo o tempo (...) Outro indício que a campanha diz estar reunindo é que Marçal teria feito um gesto com a cabeça para o assessor antes dele desferir o soco. Depois que acontece o episódio de agressão, o Medina [assessor de Marçal que agrediu o marqueteiro] se refugia atrás do prefeito, fica olhando para a equipe e faz um sinal levantando a sobrancelha para o time de Marçal. Isso tudo juntando, claro, com o bate-boca que já tinha acontecido entre Nunes e Marçal [antes do início do debate]. Raquel Landim
Campanhas avaliam que 'onda Marçal' passou
As campanhas de Nunes e e Guilherme Boulos (PSOL) avaliam que a entrada de Marçal na corrida que bagunçou suas estratégias passou e que os dois devem disputar o segundo turno, graças ao aumento de rejeição do ex-coach.
A rejeição do Pablo Marçal aumentou muito, você vê os candidatos relativamente estagnados, com Marçal caindo um pouco dentro da margem de erro. A eleição municipal é muito diferente das eleições para o Legislativo e até das eleições presidenciais porque a gente está falando do eleitor, principalmente o mais pobre, que utiliza os serviços públicos oferecidos pela prefeitura. O prefeito é o gestor desses serviços. E aí parece que nesta eleição, a se julgar pelo que estão mostrando as principais pesquisas, está voltando para onde ela começou, para um embate entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Raquel Landim
A onda Marçal, quando chega na eleição, bagunça de fato as estratégias de todas as campanhas, obriga os candidatos a repensar sua forma de enfrentamento e como se colocar diante desse fenômeno que pegou muito das atenções. Com esse aumento da rejeição das últimas semanas para cá, tanto a campanha do Nunes quanto a do Boulos falaram que a campanha começou com um cenário mais provável de que os dois iriam para o segundo turno e assim estamos chegando quase na reta final. Carla Araújo
Já Andreza avalia que Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) vão ganhar capital político com essa eleição. "Eu enxerguei na Marina Helena um nome para a direita, acho que ela faz um papel nesse corredor da direita mais moderada, que tem ideias conservadoras, liberais na economia, mas de uma forma diferente do que a extrema direita se apresenta", analisa.
O Radar das Eleições faz parte do conteúdo especial do UOL para as Eleições 2024 e, além de bastidores e informações exclusivas, também traz análises, pesquisas de intenções de voto e as estratégias das principais campanhas do pleito municipal de 6 de outubro, quando eleitores das mais de 5.000 cidades do Brasil escolherão seus prefeitos e vereadores.
Com apresentação de Raquel Landim e comentários das colunistas Andreza Matais e Carla Araújo, o Radar das Eleições vai ao ar pelo Canal UOL sempre às terças, às 14h.
O programa tem transmissão ao vivo pelo Canal UOL e no Youtube, e também estará nas principais plataformas de podcast.
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