Boulos no ataque, Nunes 'jogando parado': as estratégias para o 2º turno

Enquanto aguardam o retorno da propaganda de rádio e TV, que recomeça na sexta-feira (11), Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) deixam entrever nas redes como estão se pintando para a guerra. No caso, a do segundo turno.

Boulos larga nesta nova fase da disputa com 25 mil votos a menos do que o atual prefeito e sabendo que o adversário tem tudo para abocanhar a maioria dos votos obtidos por Pablo Marçal (PRTB).

O candidato do PSOL teve 1.776.127 votos (29,07% do total), e o emedebista, 1.801.139 (29,48%). Marçal teve 1.719.274 (28,14%).

Nunes não precisa fazer muito esforço para conquistar o espólio do ex-coach. Não precisa nem colocar o inimigo no palanque —como já avisou que não fará.

Basta dizer que esta eleição agora é contra a esquerda demoníaca, que os votos virão por osmose.

Por enquanto, ele adotou a tática de tentar jogar parado. E já avisou: em 15 dias de segundo turno, topa participar de no máximo três debates.

Ou seja: vai evitar o confronto direto o quanto puder.

Má notícia, portanto, para quem está adicto da maratona de debates e cenas lamentáveis do primeiro turno.

De domingo (6) para cá, o feed do Instagram do prefeito só tem fotos e vídeos de comemoração, abraços e agradecimento —a maioria, ao lado de Tarcísio de Freitas (Republicanos). E nenhuma referência ao rival remanescente.

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Bem diferente de Boulos, que só ganha essa guerra se sair da defensiva e partir para cima.

E foi exatamente o que ele fez já nas primeiras 72 horas após o primeiro turno: dedicou, até as 12h de terça-feira (8), dez posts contra Nunes.

A maioria repete o mantra que será usado até 27 de outubro: "mais de 70% da cidade votou contra Ricardo Nunes". O mote é que São Paulo quer mudança.

Boulos já resgatou vídeos de Marçal falando sobre o boletim de ocorrência registrado pela mulher do ex-prefeito por uma suposta agressão (o prefeito nega o crime) e explorou o tema em uma live. A acusação foi um dos maiores focos de desgaste de Nunes nos embates com o ex-coach.

O candidato do PSOL fez também um esquete de um amigo secreto fictício em que atores fingem gratidão a Nunes por terem sido agraciados em acordos camaradas com a prefeitura.

Em um carrossel de sete slides, Boulos dá o nome aos bois e cita as obras e contratos sob suspeitas de superfaturamento e de beneficiar amigos.

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Cada postagem tem uma foto do prefeito encoberto e a mensagem: "A farra de Nunes precisa acabar".

Nunes ainda não reagiu.

Ainda.

A nova fase da guerra mal começou.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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