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Tales: Lula dá recado ao PT, que precisa rever relação com aliados

O presidente Lula deixou um aviso claro ao PT para a necessidade de o partido se reinventar e disse que, para isso, precisa rever seu relacionamento com os aliados, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta sexta (11).

Em entrevista à rádio O Povo/CBN em Fortaleza na manhã de hoje, Lula disse que é preciso "rediscutir o papel do PT na disputa pelas prefeituras". O presidente se mostrou preocupado com o desempenho do partido nas eleições municipais, especialmente no estado de São Paulo.

Entendo [a fala de Lula] de duas maneiras. Tem que se discutir a esquerda como um todo. Ela ainda está com estratégias de campanha e discursos atrasados. Outra questão é o papel do PT, que sempre teve uma visão hegemonista na relação com partidos de esquerda e com os aliados.

No quadro em que o PT está, não dá para ter essa visão hegemonista. Isso tem que passar. Tem que entrar de cabeça na defesa dos aliados e abrir espaço para eles. Quem foi melhor da esquerda nessas eleições? O João Campos, em Recife. Ele é do PSB, que está subrepresentado no governo em termos de esquerda.

O PT precisa rever essa relação com seus próprios aliados na esquerda e no governo, em geral. Enquanto houver essa visão hegemonista, criam-se desconfianças e uma série de problemas. Tales Faria, colunista do UOL

Tales citou a decisão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que aprovou nesta semana um pacotão de projetos contra o STF (Supremo Tribunal Federal), como um exemplo de contratempo sofrido pelo governo por não conseguir unir seus aliados para barrá-lo.

É preciso que os aliados do governo no Congresso sejam muito aliados para não haver surpresas como essa da CCJ, que não chega a ser uma surpresa por ser dominada pelo PL e estão tentando votar uma anistia para o Bolsonaro.

O PT precisa rever a estratégia dele com esse relacionamento. O recado do Lula é esse. Tales Faria, colunista do UOL

Josias: Favoritismo de Nunes faz qualquer tática de Boulos ficar obsoleta

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A vantagem de Ricardo Nunes (MDB) em relação a Guilherme Boulos (PSOL) apontada pelo Datafolha mostra que o psolista precisará se desdobrar para reverter o quadro no segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo, disse o colunista Josias de Souza.

O favoritismo acachapante de Nunes faz com que qualquer estratégia adotada pelo comitê do Boulos corra o risco de se tornar obsoleta antes de ficar pronta.

Hoje, 63% dos eleitores do Lula manifestam a intenção de votar no Boulos. É mais do que no primeiro turno. Mas quando o candidato reforça seus vínculos com o Planalto, 31% dos paulistanos que optaram pelo Lula em 2022 preferem o Nunes. Pior do que isso: entre esses eleitores do Lula, 27% disseram que jamais votariam em Boulos.

É preciso realçar que do lado do Boulos está uma coligação ultraconservadora, que está herdando os votos do Pablo Marçal, que é o grotesco nessa eleição. O fantasma do Bolsonaro está rondando o comitê do Nunes. Ainda assim, 27% dos eleitores do Lula declaram que não escolheriam Boulos de jeito nenhum.

Isso mostra que Lula tem razão quando diz que o eleitor não tem dono e ainda há um antipetismo e uma aversão à esquerda pulsante na cidade de São Paulo. Josias de Souza, colunista do UOL

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Opinião

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