Marçal não quer sabatinar Nunes e Boulos. Quer vender seguros

Gente próxima a ele passou a campanha dizendo que toda a visibilidade usada na candidatura era uma espécie de viral da própria plataforma de infoprodutos.

O convite para a rinha entre Nunes e Boulos deixou até os incrédulos da tese desconfiados.

Há razões para (des) acreditar. O ex-candidato fez a proposta usando um boné com a marca de uma empresa de seguros de carro da qual é sócio. Parece um detalhe, mas não é.

Essa é a mesma empresa que ele tentou alavancar durante a tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul.

Na época, um dos sócios dele anunciou uma ação de "filantropia solidária": quem doasse recursos para reconstruir casas nas regiões atingidas pelas enchentes concorreria a um automóvel BMW. Usado.

O anúncio da rifa era feito com o mesmo boné usado agora por Marçal.

Precisava? Aparentemente, sim, já que a seguradora, da qual Marçal é sócio há dez meses, já tem 1.574 queixas só no site Reclame Aqui.

Assim como as chuvas, um tema de comoção e mobilização nacional, a campanha à prefeitura ainda é a grande vitrine para Marçal, mesmo ele não sendo mais candidato.

Pois foi só voltar a falar do tema que o engajamento da postagem disparou. Ela ganhou 83 mil curtidas em cerca de três horas, índice bem superior ao da maioria das publicações desde o fim da campanha (o anterior mal bateu 11 mil curtidas).

"Está em ação uma máquina de pegar bobos", resume um ex-seguidor, para quem Marçal segue sem freio, e certo da impunidade pelos crimes que cometeu na eleição.

O vendedor de cursos usa ainda as mesmas táticas do candidato. Está apenas, talvez, um pouco mais rico.