Sem provas, Tarcísio diz que PCC orientou voto em Boulos; o que se sabe
Sem apresentar provas, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse neste domingo que o PCC orientou voto em Guilherme Boulos (PSOL) nas eleições municipais da capital paulista.
O que aconteceu
O que disse Tarcísio. Ao ser questionado após votar, o governador de São Paulo disse que há um comunicado atribuído ao PCC orientando voto em Boulos. "A gente vem alertando isso há muito tempo. Nós fizemos um trabalho de inteligência, temos trocado informações com o Tribunal Regional Eleitoral para que providências sejam tomadas".
Boulos rebate fala do governador. "Que vergonha, né? É o candidato que ele apoia [Ricardo Nunes] que botou o PCC na Prefeitura de São Paulo", disse o psolista, em referência às investigações sobre a atuação da facção criminosa no sistema de ônibus da capital paulista.
Após ser associado ao PCC, psolista pede inelegibilidade de Nunes e Tarcísio. A campanha de Boulos acionou a Justiça Eleitoral. "Trata-se de gravíssima tentativa de influenciar no resultado do pleito, no dia da eleição, de uma forma jamais vista no estado de São Paulo", diz trecho da ação.
O "salve das eleições". Raquel Landim, colunista do UOL, teve acesso aos comunicados atribuídos ao PCC. Segundo o portal "Metrópoles", a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) interceptou ao menos cinco desses bilhetes com orientações de voto a familiares, amigos e membros da facção. Em um deles, que teria sido apreendido em setembro na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP), há uma suposta orientação do PCC pedindo voto em Boulos.
Procurada pelo UOL, a SAP disse que não iria se manifestar. A reportagem também pediu posicionamento à SSP (Secretaria da Segurança Pública), que ainda não se posicionou.
Preso pode votar? No sistema prisional brasileiro, somente presos provisórios têm direito a voto. São aqueles que aguardam decisão judicial. Detentos que possuem condenação definitiva (transitada em julgado) são impedidos de votar.
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