Itamaraty de Bolsonaro: quem são os nomes cotados para chefiar o MRE
Na esteira dos anúncios do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para o novo governo -- já foram divulgados os nomes de sete ministros, cresce nos corredores do Itamaraty, em Brasília, e nas representações do Brasil no exterior a expectativa em relação ao novo chefe chanceler do Brasil.
"Eles (a equipe de transição) nos deixaram às cegas, ninguém sabe quem será, que horas será anunciado", disse ao UOL um funcionário do ministério. De acordo com servidores, vive-se hoje o maior clima de incerteza das últimas duas décadas, que inclui transições como a do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Nos últimos dias, o futuro vice-presidente, general Hamilton Mourão, e o próprio Bolsonaro foram soltando pistas sobre a escolha. E afirmaram que há condições para que o nome seja divulgado nesta quarta-feira (14).
"Bolsonaro está buscando um quadro dentro do Itamaraty para assumir o ministério. Marcos Galvão é um dos cotados", disse Mourão hoje em entrevista à Rádio Eldorado.
"Talvez tenhamos aí um jovem ministro", disse Bolsonaro à TV Record na manhã de hoje.
"Cada hora aparece um nome", disse à reportagem um servidor do alto escalão do ministério. A suspeita é que o governo eleito segure informações ou dê dados desencontrados propositalmente. "O porquê eu não sei", disse.
A informação sobre a idade do escolhido pode ser em referência aos nomes atuais: o chanceler no posto hoje em dia é Aloysio Nunes, 73 anos. O titular anterior da pasta, ainda sob o governo de Michel Temer, foi José Serra, 76, e o último nome do MRE sob Dilma foi Mauro Vieira, 67.
Ao menos quatro nomes circulam entre os diplomatas e oficiais de chancelaria ouvidos pelo UOL. As idades dos apontados variam de 59 a 72 anos.
Nomes cotados para o Itamaraty de Bolsonaro
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Ernesto Araújo
Funcionário de carreira do Itamaraty, Araújo foi Diretor do Departamento dos Estados Unidos, Canadá e Assuntos Interamericanos. No MRE, ficou conhecido por ter publicado um artigo "pró-Trump" e ter declarado voto em Bolsonaro. "Ele jogou muito aberto, fez jogo limpo", disse.
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Marcos Bezerra Abott Galvão, 59
Mencionado pelo vice de Bolsonaro, Marcos Galvão é atualmente Secretário-geral do Itamaraty. Após pedido de demissão de Serra no cargo, devido a problemas de saúde, chegou a assumir interinamente a pasta por um mês, entre fevereiro e março de 2017. Representa o Brasil junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).
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Helio Vitor Ramos Filho, 59
Foi cônsul-geral em Miami, nos Estados Unidos, passou pela embaixada do Brasil em Roma, na Itália. Entrou no Itamaraty aos 20 anos e, durante o governo de FHC, chegou a ocupar interinamente o ministério de Minas e Energia. Funcionários do ministério ouvidos pelo UOL dizem que tem temperamento "difícil".
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Luís Fernando Serra, 68
Reuniu-se ao menos duas vezes com o gabinete de transição de Bolsonaro e é apontado como um dos favoritos para a pasta. Pessoas que trabalharam com ele dizem que, em algumas ocasiões, Serra demonstrou simpatia por Bolsonaro - a quem conheceu quando o capitão da reserva fazia tour pela Ásia. "Mas pode pesar conta o passado dele", disse um funcionário de alto escalão ao UOL. "É racista e machista até não poder mais", disse outro. "Por conta do histórico, pode ser que não seja nomeado para chefiar o MRE, mas vire assessor direto do Bolsonaro".
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José Alfredo Graça Lima, 72
Nome próximo de Luiz Felipe Lampreia, chanceler durante as eras Itamar e FHC, Graça Lima é advogado e diplomata de carreira tido como alguém com bom trânsito também entre os militares. No Itamaraty, esteve à frente de negociações junto à OMC e tem carreira focada em comércio exterior.
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