Quem são e onde estão os ganhadores dos últimos 10 prêmios Nobel da Paz
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, venceu o Prêmio Nobel da Paz 2016, entregue nesta sexta-feira (7) em Oslo, na Noruega, por seus esforços na busca de um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Nos últimos dez anos, ativistas, políticos e entidades estiveram entre os premiados pela organização criada pelo sueco Alfred Nobel. Veja o que eles fazem hoje:
Os últimos 10 vencedores do Nobel da Paz
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Quarteto de Diálogo Nacional - 2015
O Quarteto de Diálogo Nacional da Tunísia, ganhou o prêmio Nobel da Paz de 2015 por sua contribuição para a construção de uma democracia plural na Tunísia após a revolução de 2011. O grupo é composto por quatro organizações: a União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT, um sindicato), a União Tunisiana da Indústria, do Comércio e do Artesanato (Utica, patronato), a Ordem Nacional dos Advogados da Tunísia (ONAT) e a Liga Tunisiana dos Direitos Humanos (LTDH). A revolução de 2011 na Tunísia deu início ao movimento conhecido como Primavera Árabe, que logo se espalhou por várias regiões, principalmente no norte da África e no Oriente Médio. Os grupos continuam atuando na Tunísia. Leia mais
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Kailash Satyarthi - 2014
Menos conhecido pelo grande público em comparação com Malala, com quem compartilhou o Nobel da Paz de 2014, o indiano Satyarthi luta desde 1980 para retirar milhares de crianças indianas do trabalho em fábricas, em regimes de quase escravidão. A organização criada por Satyarthi, Bachpan Bachao Andolan (Movimento para Salvar a Infância), afirma ter libertado 80 mil crianças que trabalhavam em fábricas e oficinas. Ele vive em Nova Déli, onde continua a lutar contra o trabalho infantil.
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Malala Yousafzai - 2014
A paquistanesa, então com 17 anos, compartilhou o prêmio com o indiano Kailash Satyarth pela "luta contra a opressão das crianças e pelo direito de todas as crianças à educação". Malala se recuperou de um coma após ter sido baleada na cabeça por talibãs em 2012 e passou a militar na Inglaterra. Seu trabalho rendeu o Nobel, e hoje ela continua a exercer influência para que os líderes mundiais se atentem ao ensino das crianças. Em 2015, a jovem esteve em Nova York para dois momentos marcantes: proferir um discurso na ONU e comparecer à pré-estreia do documentário "Malala", que narra sua trajetória. Ela também alertou para os problemas humanitários na Síria. Leia mais
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Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) - 2013
Seu "extensivo trabalho para eliminar armas químicas" levou a organização formada em 1997 na Holanda a ganhar o prêmio há dois anos, principalmente por seu trabalho de destruição de armas químicas na Síria. Segundo a Opaq, 90% da reserva global declarada deste tipo de armamento já foi destruída. No entanto, a ascensão do Estado Islâmico no país e no Iraque, com possível uso de armas químicas, levou a organização a alertar para o perigo na região. Leia mais
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União Europeia - 2012
O bloco europeu, cujas origens remontam ao fim da Segunda Guerra Mundial, foi laureado com o prêmio por ter "contribuído durante mais de seis décadas para promover a paz e a reconciliação, a democracia e os direitos humanos na Europa", em intermediações na queda de ditaduras na Grécia, Espanha e Portugal e na reunificação da Alemanha. Atualmente, entretanto, a comunidade europeia vive momentos turbulentos, procurando um consenso para lidar com a chegada massiva de refugiados e lidando com a ameaça do Reino Unido de deixar a organização --um plebiscito prometido pelo premiê David Cameron deve decidir a questão até o fim de 2017. Leia mais
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Tawakkol Karman - 2011
A terceira mulher a receber o prêmio de 2011 foi uma jornalista do Iêmen com participação ativa nos protestos da Primavera Árabe. Tawakkol Karman também se consagrou como a primeira mulher árabe a receber o Nobel da Paz. Hoje, se posiciona de forma contrária à guerra civil no seu país. Mesmo culpando os houthi pelo conflito, ela também condena os bombardeios da coalizão liderada pela Arábia Saudita que tenta retomar o controle do Iêmen.
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Ellen Johnson Sirleaf - 2011
Primeira mulher a ser eleita democraticamente na África, a presidente da Libéria encerra em 2017 a sequência de dois mandatos no país. Ela ganhou o prêmio em 2011 ao lado da compatriota Leymah Gbowee e da iemenita Tawakkul Karman pela "luta pacífica pela segurança das mulheres e de seus direitos de participar nos processos de paz". Apesar disso, Sirleaf é alvo de críticas em seu país por não ter cumprido as promessas de melhoria econômicas e sociais nem ter agido a favor da reconciliação nacional. Internacionalmente, se envolveu em uma controvérsia depois de ter defendido as leis que criminalizam homossexuais na Libéria. Recentemente, concentrou esforços na contenção do vírus ebola, que matou mais de 4.000 pessoas no país africano. Leia mais
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Leymah Gbowee - 2011
Conhecida como "guerreira da paz", Gbowee foi figura central no movimento de paz que colocou fim à Segunda Guerra Civil da Libéria, em 2003, tendo, inclusive, liderado uma "greve nacional de sexo" que pressionou os homens a encerrar os combates. Ela continua seu trabalho em prol dos direitos das mulheres.
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Liu Xiaobo - 2010
Primeiro chinês a receber o prêmio, o ativista foi escolhido por "seu pacífico esforço pelos direitos humanos fundamentais na China". Essas atividades, no entanto, o levaram à cadeia na China e o impediram de receber o prêmio. Condenado em 2009 a 11 anos de prisão depois de ter escrito um manifesto pedindo liberdade de expressão e eleições multipartidárias em seu país, Xiaobo permanece detido. O governo do país não cedeu aos apelos mundiais pedindo sua liberdade e nem de sua mulher, Liu Xia, que está em prisão domiciliar vigiada. Leia mais
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Barack Obama - 2009
Obama finalizava o primeiro ano como presidente norte-americano quando foi escolhido Nobel da Paz pelas ideias e "boas intenções" no reforço do papel da diplomacia internacional e da cooperação entre os povos. Considerada muito prematura, a escolha sofreu duras críticas na época. Seis anos depois, e já na parte final de seu segundo mandato, Obama tem a seu favor a reaproximação dos EUA com Cuba e o acordo nuclear com o Irã para tentar justificar, com alguns anos de atraso, a decisão do comitê de premiá-lo.
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Martti Ahtisaari - 2008
Em 2008, o ex-presidente finlandês foi premiado pela sua contribuição para a solução de conflitos internacionais em diversos continentes, durante mais de três décadas. Ahtisaari protagonizou uma longa lista de mediações bem-sucedidas, que incluem o processo de independência da Namíbia que terminou em 1990 e o conflito armado de Aceh (Indonésia), além de ter colaborado como diplomata no Iraque, na Irlanda do Norte, na antiga Iugoslávia, na Ásia Central e no Chifre da África. No ano em que ganhou o Nobel da Paz, mediou o processo de independência do Kosovo, que era território da Sérvia. Ahtisaari, 78, ainda uma figura influente em relações diplomáticas, afirmou recentemente que as potências ocidentais perderam a chance de aceitar a proposta russa de fechar um acordo de paz para a Síria em 2012 que incluiria a saída de Bashar al Assad do poder --hoje, o governo de Vladimir Putin defende a permanência do líder sírio, postura contrária à dos Estados Unidos e dos líderes europeus.
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Al Gore - 2007
O ex-vice-presidente norte americano recebeu o prêmio junto com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU pelos esforços na obtenção e disseminação de importantes conclusões sobre as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos, e por estabelecer os procedimentos necessários para reagir sobre tais mudanças. Gore, que há dois anos faz uso de uma dieta vegana, continua sendo um investidor ecológico e é símbolo da campanha contra o aquecimento global, celebrado por ambientalistas e criticado por políticos conservadores. Leia mais
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Muhammad Yunus - 2006
Criador do Grameen Bank, primeiro banco do mundo especializado em microcrédito, o bengalês recebeu o Nobel da Paz junto com a instituição financeira por "promover o desenvolvimento econômico e social das classes desfavorecidas". Yunus, no entanto, entrou em choque com o governo do Bangladesh, a quem acusou de perseguição política, e foi afastado do Grameen Bank em 2011 após perder na Justiça o direito de seguir na presidência do banco. Nove anos depois do Nobel, o professor bengalês continua sendo uma referência em financiamento para a população de baixa renda e empreendedorismo, organizando fóruns e viajando pelo mundo ministrando palestras.
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