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Exército dos EUA afirma que diques resistem ao avanço do furacão Isaac em Nova Orleans

Do UOL, em São Paulo

29/08/2012 13h42Atualizada em 29/08/2012 13h45

O sistema anti-inundação construído em torno de Nova Orleans, na Louisiana (EUA), após a passagem do furacão Katrina, em 2005, está resistindo ao avanço do furacão Isaac, disse nesta quarta-feira (29) o Exército norte-americano.

Em comunicado oficial, eles enfatizaram que os diques que ficaram submersos na madrugada desta quarta no condado de Plaquemines Parish (Louisiana), ao sul de Nova Orleans, não fazem parte da rede construída pelo Estado. Os habitantes do condado tiveram de ser evacuados.

As águas que ultrapassaram o dique atingiram rapidamente uma altura de 3,6 metros. "Isso vai resultar em alagamentos de profundidade significativa nessa área", disse o Serviço Meteorológico Nacional, de acordo com o site do The Weather Channel. 

Billy Nungesser, presidente de Plaquemines Parish, disse que os diques de 3 metros de altura não tinham rompido, mas que a água estava passando por cima. "Os diques estão transbordando em vários locais e estamos tentando tirar as poucas pessoas que ficaram para trás", disse Nungesser à CNN.  Apesar de uma ordem de retirada da região, disse ele, muitas pessoas permaneciam na região.  "As estradas estão totalmente intransponíveis, há algumas pessoas presas nas estradas... Temos uma situação séria ali."

A tempestade tropical Isaac se transformou ontem em um furacão de categoria 1 e tocou a terra no extremo sudeste da Louisiana com ventos a 130 km/h e rajadas ainda mais fortes. O furacão já deixou cerca de 500 mil casas e comércios sem eletricidade e deve provocar aumento significativo de temporais e alagamentos.

O Isaac está praticamente estacionado na costa do Estado, provocando chuvas fortes e ameaçando avançar para Nova Orleans ainda hoje, dia do aniversário de sete anos da passagem devastadora do furacão Katrina pela cidade.

Os ventos em redemoinho e as chuvas irão representar um grande teste para os novos sistemas de controle de enchentes da região, disse o NHC.

Autoridades pediram a milhares de moradores em áreas baixas que saíssem de casa, alertando que a tempestade poderia inundar cidades em pelo menos três Estados da costa dos EUA no Golfo do México. Moradores de comunidades costeiras desde Louisiana até o Mississippi estocaram comida e água e tentaram proteger suas casas, carros e barcos.

O furacão pode fazer ainda grandes estragos em refinarias em regiões baixas ao longo da costa do Golfo, que são responsáveis por aproximadamente 40% da capacidade de refinação de petróleo dos EUA.

A Petrobras informou que paralisou sua produção nos campos de Cascade e Chinook, no Golfo do México, por causa do Isaac, mas que seus funcionários permaneceram a bordo dos petroleiros de descarregamentos no local.  

Mesma data do Katrina

O furacão Isaac deve afetar a região no mesmo dia em que o furacão Katrina afetou Nova Orleans, em 29 de agosto de 2005, na pior tragédia natural da história americana, com 1.800 mortos e danos bilionários.

O presidente americano, o democrata Barack Obama, tentando evitar a gestão falha de seu antecessor, o republicano George W. Bush, na tragédia de 2005, declarou estado de emergência na região. A declaração de emergência permite o fluxo de recursos e o envio de ajuda federal às autoridades locais. 

Louisiana, Alamaba e Mississipi decretaram estado de emergência no domingo, mas o olho da tempestade aponta especificamente para Nova Orleans, que sete anos atrás foi devastada com ventos que superavam 178 km/h --categoria 3 na escala Saffir-Simpson, que vai até 5. 

Apesar de ser bem abaixo da intensidade de Katrina, o mais letal da história, o Isaac deve provocar grandes inundações. "É bastante irônico termos um furacão nos ameaçando no sétimo aniversário do Katrina", disse o prefeito de Nova Orleans, Mitch Landrieu, em entrevista coletiva. "Isso traz um novo nível de ansiedade ao povo de Nova Orleans. Quero dizer a todos que acho que ficaremos bem."

A tempestade Isaac já matou pelo menos 22 pessoas e causou inundações e danos significativos no Haiti e na República Dominicana antes de contornar a ponta sul da Flórida, no domingo. (Com agências internacionais)