Conclave demora porque segue "tempo de Deus", diz porta-voz do Vaticano
Sem sinalizar quando terminará o conclave, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, justificou nesta terça-feira (13) a demora na eleição do sucessor do papa emérito Bento 16. Ele disse que o processo não segue o "tempo midiático", mas o "de Deus".
"Não estamos em um tempo midiático. Mas no tempo de Deus. É um momento histórico, com grande responsabilidade e respeitabilidade", ressaltou o porta-voz. "É um momento importante da história da Igreja e da comunidade humana, de caráter moral e religioso", acrescentou o porta-voz, que concedeu entrevista durante uma hora e 45 minutos.
Segundo Lombardi, não é uma votação "fria e rápida" e é "normal" que o nome do novo papa não seja definido nas primeiras votações. "Apenas a eleição do papa Pio 12 foi definida até a terceira votação", justificou ele.
Mas, caso a eleição seja definida até o final desta semana, a "hipótese" de a missa de inauguração do novo pontificado ser realizada no dia 19 de março, Dia de São José, é "boa". E, se houver uma definição antes do domingo, o pontífice recém-eleito celebrará sua primeira benção dominical, chamada de Angelus, no dia 17 de março, segundo Lombardi.
"Nós, como vocês, estamos olhando para a chaminé", afirma o porta-voz do Vaticano, que diz não ser possível definir o horário preciso que as fumaças são emitidas. Lombardi, no entanto, aponta que os sinais devem ser vistos duas vezes por dia, uma pela manhã e outra na parte da tarde.
O porta-voz disse ainda ser bem possível que a agilidade da votação dessa manhã possa se repetir nas próximas rodadas do conclave.
Ele lembrou ainda que ontem (12), ao participar das cerimônias que antecederam o conclave, teve a sensação de ter voltado à infância, quando assistiu ao filme "Sandálias do Pescador". No filme, é escolhido um papa de origem russa que decide negociar com os líderes políticos mundiais para acabar com a fome.
Funcionamento do conclave
Durante o conclave, todos os eleitores ficam confinados na Capela Sistina. Na hora da votação, cada cardeal escreve o nome do candidato escolhido em uma cédula sob a frase "Escolho como sumo pontífice" e deposita seu voto em uma urna.
Os nomes escritos nas cédulas são lidos em voz alta pelo cardeal camerlengo, Tarcisio Berto, e seus três assistentes. É declarado papa aquele que obtiver dois terços mais um dos votos. Com um Colégio de Cardeais de 115 eleitores, o próximo pontífice terá de receber ao menos 77 votos.
Se nenhum cardeal receber essa quantidade de votos, as cédulas serão queimadas, uma fumaça preta sairá da chaminé da capela Sistina e a votação será retomada.
Caso não haja um consenso até o quarto dia de votação, será feita uma pausa para oração e para o diálogo entre os eleitores. A votação reinicia no sexto dia e vai até o 12º. Outras pausas são feitas no sétimo e décimo dia. Após 12 dias e 34 votações, o sistema muda e a escolha passa a ser entre os dois mais votados no 34º turno. No entanto, permanece o quórum de dois terços.
Quando o novo papa é escolhido, uma fumaça branca sai da chaminé e soam os sinos da basílica como sinal de que a votação chegou ao fim.
Após a escolha, o novo papa é apresentado aos fiéis com a frase "Habemus Papam!". (Com Agência Brasil)
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