Sanções dos EUA contra Rússia são as maiores desde o fim da Guerra Fria
Em coordenação com a Europa, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (17) um pacote de sanções contra altos funcionários do governo russo, após referendo aprovar a união da região ucraniana da Crimeia com a Rússia.
"Essas são, de longe, as mais abrangentes sanções aplicadas à Rússia desde o fim da Guerra Fria", disse uma fonte da Casa Branca a repórteres.
A ordem, assinada pelo presidente Barack Obama, prevê o congelamento de bens e o veto a vistos para autoridades russas consideradas responsáveis pela "captura" da Crimeia ou por interferência na soberania da Ucrânia.
"Se a Rússia continuar a interferir na Ucrânia, estamos prontos para impor sanções adicionais", disse Obama ao anunciar as medidas. .
Diversos membros do círculo do presidente Vladimir Putin foram afetados.
"Criamos essas sanções para impor custos em indivíduos que exercem influência sobre o governo russo e aqueles responsáveis pela deterioração da situação na Ucrânia", afirmou em nota a Casa Branca.
Entre os nomes citados estão Vladislav Surkov, um dos mais influentes conselheiros de Putin; Sergei Glazyev, economista que assessora Putin na questão da Ucrânia; Valentina Matviyenko, presidente da Câmara Alta do Parlamento russo, e Dmitry Rogozin, vice-premiê. Não foram impostas sanções contra Putin.
Da Crimeia, o novo premiê, Sergei Aksyonov, e o novo líder do Parlamento, Vladimir Konstantinov, também foram alvos de sanções, entre outros.
A ação veio após o polêmico referendo de domingo, em que, segundo autoridades locais, quase 97% dos eleitores votaram pela separação da Ucrânia.
Ainda segundo as autoridades locais, 83% dos eleitores participaram do pleito. O governo da Ucrânia descreveu a votação como um "circo" e disse que não reconhece o resultado.
Putin, por sua vez, sustentou que a consulta havia sido totalmente legal.
Medidas europeias
A União Europeia também aprovou nesta segunda-feira sanções contra 21 cidadãos russos e ucranianos como retaliação pelo referendo de anexação da Crimeia à Rússia. As medidas incluem o congelamento de bens e restrições de viagem.
Alguns nomes coincidem com a lista americana.
O Parlamento da Crimeia declarou formalmente nesta segunda que a região se separou da Ucrânia e pediu ao Kremlin para ser anexada à Rússia.
A Crimeia, que abriga a frota russa no mar Negro, foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou seu controle à Ucrânia.
Após a queda de Yanukovich, as populações das regiões sul e leste do país foram às ruas para protestar contra o que consideraram um golpe de Estado. A Rússia, aliada de Yanukovich e com interesses na região, apoiou esse movimento.
A península da Crimeia, de maioria étnica e língua russas e atualmente com um regime de república autônoma da Ucrânia, já estava sob controle de forças pró-Moscou desde 28 de fevereiro.(Com agências internacionais)
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