Obama quer destinar US$ 5 bi a fundo de combate ao terrorismo
Em pronunciamento durante cerimônia de formatura na academia militar de West Point, nos Estados Unidos, o presidente norte-americano, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (28) que irá pedir ao Congresso do país que apoie um "Fundo de Parceria contra o Terrorismo" com até US$ 5 bilhões (cerca R$ 11 bilhões).
Segundo Obama, o dinheiro poderia ser usado para o treinamento de países parceiros, por exemplo, em questões como a guerra civil na Síria.
"Não há respostas fáceis" para a Síria, disse Obama. "Não devemos colocar nossas tropas no meio dessa guerra sectária, mas isso não quer dizer que não devemos ajudar o povo contra um ditador que bombardeia e faz passar fome seu próprio povo", referindo-se a Bashar Assad.
“Não há solução militar que possa eliminar tão cedo o terrível sofrimento” na Síria, afirmou o presidente, ao justificar a não participação direta dos EUA no conflito.
De acordo com Obama, os EUA irão dar apoio aos países vizinhos da Síria que têm ajudado os rebeldes contra o regime Assad.
Obama também citou a atual crise na Ucrânia, que acaba de eleger um novo presidente em meio a uma onda separatista em favor da Rússia.
"Eu falei com o presidente [Petro Poroshenko] ontem, não sabemos o que irá acontecer, mas ficar ao lado de nossos aliados em nome da ordem internacional (...) deu uma chance ao povo ucraniano de escolher seu futuro”, disse Obama.
A iniciativa seria resultado da redução da presença dos EUA no Afeganistão, anunciada ontem pelo próprio presidente, que poderá dar mais vantagens ao país para lidar com ameaças no Oriente Médio e norte da África.
Assuntos "dos outros"
Dirigindo-se aos formandos como “a primeira turma desde o 11 de Setembro que possivelmente não será enviada para combate no Iraque e no Afeganistão”, o presidente norte-americano falou sobre a necessidade do envolvimento dos EUA em questões que, muitas vezes, são vistas como assuntos ‘dos outros’.
“Hoje, de acordo com aqueles que se descrevem como realistas, conflitos na Síria ou Ucrânia ou República Centro-Africana não cabem a nós resolver. Isso não é de surpreender, após guerras custosas e desafios contínuos em casa. Essa é a opinião dividida por muitos norte-americanos”, afirmou Obama, lembrando também daqueles que, por outro lado, consideram “um risco” não agir, “fazendo um convite ao aumento da violência no futuro”.
“Céticos sempre minimizam os efeitos das ações multilaterais. Para eles, trabalhar por meio de instituições internacionais ou respeitar as leis internacionais é um sinal de fraqueza. Eu acho que eles estão errados”, disse o presidente.
A resposta da Otan e dos EUA para as recentes ações russas na Ucrânia seria um dos motivos para acreditar que os céticos não estão certos. “Nossa habilidade para moldar opiniões no mundo ajudou a isolar a Rússia de imediato”, afirmou Obama.
O presidente voltou a falar do terrorismo como a principal ameaça à segurança dos Estados Unidos, dentro e fora do país, e indicou que haverá alterações nas táticas praticadas pelo governo norte-americano.
“A ameaça mais direta à América em casa e no exterior continua sendo o terrorismo, mas uma estratégia que envolve invadir todo país que abriga rede terroristas é ingênua e insustentável. Eu acredito que nós devemos mudar nossa estratégia contra o terrorismo, com base nos êxitos e deficiências da nossa experiência no Iraque e no Afeganistão, para uma parceria mais eficaz com países onde redes terroristas buscam um ponto de apoio”, disse ele.
A necessidade de mudança, de acordo com Obama, “reflete o fato de que a ameaça atual não vem mais de uma liderança centralizada da Al Qaeda”, e sim de um esquema descentralizado de afiliados e extremistas.
“Ter outras nações mantendo a ordem em suas vizinhanças reduz a nossa necessidade de colocar nossas tropas em perigo. É um investimento inteligente, é o jeito certo de liderar”, afirmou.
“Os EUA vão usar de força militar, unilateral, se necessário, quando nossas principais necessidades levarem a isso, quando nosso povo estiver sob ameaça, quando nossas vidas estiverem em risco, quando a segurança de nossos aliados estiver em perigo (...), mas dizer que nós temos interesse em alcançar a paz e a liberdade além de nossas fronteiras não é dizer que todo problema tem uma solução militar”, afirmou o presidente. (Com agências internacionais)
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