Separatistas derrubam helicóptero da Ucrânia e 14 morrem, diz governo
Separatistas da cidade de Slaviansk, na região leste da Ucrânia, derrubaram um helicóptero das forças de segurança do país, nesta quinta-feira (29), segundo disse ao Parlamento o presidente interino, Alexander Turchinov. De acordo com ele, os milicianos pró-Rússia usaram mísseis de defesa aérea para derrubar a aeronave.
"Acabo de receber a informação de que perto de Slaviansk os terroristas, usando um sistema de defesa aéreo portátil russo, atiraram contra nosso helicóptero", disse Turchinov. "Quatorze de nossos militares morreram, incluindo o general Volodimir Kulchytskiy", afirmou.
Os separatistas confirmaram o ataque à agência russa de notícias Interfax: “Derrubamos um helicóptero do Exército ucraniano. Neste momento, há ações militares na cidade de Mandrichino [nos arredores de Slaviansk], e vários imóveis civis foram incendiados", disseram os rebeldes.
A cerca de 650 quilômetros da capital Kiev e a 160 quilômetros da fronteira com a Rússia, Slaviansk se transformou, nas últimas semanas, no centro de resistência dos insurgentes à operação colocada em prática pelo governo, chamada de antiterrorista, para conter a onda separatista na região leste da Ucrânia.
Um jornalista da agência Associated Press viu o momento em que o helicóptero caiu, deixando um rastro de fumaça escura. Tiros foram ouvidos na sequência, perto do local da queda, que foi sobrevoado por um jato ucraniano.
Hoje, as forças de segurança ucranianas ofereceram abrir um corredor humanitário para tirar civis de Slaviansk.
"As partes devem chegar a um acordo para os refugiados. A direção da operação antiterrorista está disposta a atuar para a retirada dos civis pacíficos de Slaviansk", disse Vladislav Selezniov, porta-voz do governo ucraniano.
Segundo denunciam os rebeldes, militares ucranianos atacaram milicianos nas cidades de Slaviansk e Kramatorsk, na região de Donetsk.
A Rússia nega, desde o início dos confrontos, envolvimento com os insurgentes, mas estrangeiros vindos da Tchetchênia, uma das repúblicas russas, estão confirmados entre os combatentes armados.
Alguns deles ficaram feridos durante embates, no início desta semana, no aeroporto internacional de Donetsk, que foi tomado pelos separatistas e depois recuperado pelas forças do governo.
O confronto deixou cerca de 40 mortos e vários homens machucados. Aqueles que foram atendidos em hospitais apresentaram seus passaportes e assim o governo pode confirmar que estrangeiros participam das milícias.
Nesta quinta-feira, um líder insurgente afirmou que seus soldados irão libertar, em breve, os quatro observadores da Osce (Organização para Segurança e Cooperação na Europa) que são mantidos reféns e perderam contato com a entidade desde a última segunda-feira. De acordo com a agência AP, Viacheslav Ponomarev, o “prefeito do povo” de Slaviansk, disse que estão seguros os agentes da Osce –da Turquia, Suíça, Estônia e Dinamarca.
“Eu avisei à missão da Osce que suas pessoas não deveriam viajar, nas semanas seguintes, para as áreas sob nosso controle. E eles decidiram aparecer do mesmo jeito”, afirmou Ponomarev. “Nós lidaremos com isso e depois iremos soltá-los”, disse ele, sem especificar quando.
Os observadores da entidade têm a missão de monitorar a crise no leste do país desde que surgiu o movimento separatista pró-Rússia.
Novo presidente quer negociar com a União Europeia
Petro Poroshenko, o oligarca ucraniano eleito no último domingo (25) presidente da Ucrânia, declarou que, após sua posse, assinará um acordo econômico com a UE (União Europeia), o principal motivo para as manifestações que derrubaram seu antecessor, Viktor Yanukovich, em fevereiro deste ano.
"A assinatura e a atuação do acordo, que é de fato parte do plano de modernização da Ucrânia, contribuirão para dar continuidade às medidas anticorrupção e para realizar um pacote de reformas em um período de tempo muito breve", declarou Poroshenko.
O acordo de livre comércio com a UE teve as negociações congeladas por Yanukovich, no fim de 2013, em favorecimento a outros acordos com a Rússia, o que não era desejado pelo ucranianos. (com agências internacionais)
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