Marina Silva é eleita uma das "Mulheres de 2014" por jornal britânico
A ex-candidata à presidência Marina Silva (PSB) foi incluída na lista “Women of 2014” (Mulheres de 2014) do jornal britânico “Financial Times”.
“Da pobreza e do analfabetismo, ela se transformou em uma visionária política idealista que concorreu por duas vezes à liderança do Brasil”, diz a reportagem da revista do FT publicada nesta sexta-feira (12).
Marina foi entrevistada em outubro, em São Paulo, uma semana após deixar a corrida presidencial, em seguida aos resultados do primeiro turno da votação. Terceira colocada no pleito, a candidata do PSB teve 21% dos votos válidos, conquistando mais 2 milhões de votos em comparação a 2010, quando também tentou a Presidência da República.
“Eu sempre digo que era analfabeta até os 16, mas eu já era PhD nos caminhos do mundo”, disse ela.
O FT continua assim seu texto, cheio de elogios a acriana de 56 anos:
“Franca, convicta e idealista são palavras que vêm à mente quando se conhece Marina. O segredo de seu encanto é que ela convenceu eleitores de que ela é rara entre os políticos, alguém que honestamente acredita no que diz. Isso é particularmente atraente no Brasil, que tem dezenas de partidos políticos, mas a maioria com um ideal: poder.”
A reportagem cita a vida de pobreza enfrentada com os pais e dez irmãos no Acre, o trabalho ao lado do ambientalista Chico Mendes, a entrada no PT (Partido dos Trabalhadores) em 1985 e o apoio nas campanhas eleitorais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de ressaltar sua participação no governo Lula como ministra do Ambiente, entre 2004 e 2008, e seu desempenho nas pesquisas eleitorais ao assumir o posto de candidata do PSB após a morte de Eduardo Campos, em agosto de 2014.
“Mesmo tendo alcançado a democracia, estabilizado a economia e implementado uma distribuição de renda mais justa, tudo isso foi acompanhado de uma degradação da nossa política e instituições. Nossos partidos e instituições públicas, hoje, estão severamente comprometidas pela corrupção”, disse Marina Silva sobre o desenvolvimento do Brasil desde 1984, com o fim da ditadura.
Marina Silva aparece ao lado de nomes influentes, como Laura Poitras, jornalista que divulgou as informações da Agência de Segurança Nacional americana (NSA); da ativista pelo clima Naomi Klein; Joanne Liu, líder da ONG Médicos Sem Fronteiras e ativista contra o ebola; e Arundhati Bhattacharya, a primeira mulher a comandar o State Bank of India.
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