Fim de embargo é condição para normalizar relação com EUA, diz Raúl Castro
O presidente cubano, Raúl Castro, afirmou em encontro com o presidente americano, Barack Obama, que uma normalização das relações entre os dois países depende do fim do embargo a Cuba, informou nesta terça-feira (29) informou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.
Castro e Obama tiveram um encontro a portas fechadas às margens da Assembleia Geral da ONU, que acontece nesta semana em Nova York.
O presidente cubano pediu ainda que Obama faça uso de suas prerrogativas executivas para acelerar fim do embargo.
"Não haverá normalização com bloqueio, e não haverá progresso substancial no processo de normalização sem mudanças substanciais na aplicação do bloqueio", citou Rodríguez, que destacou que as decisões executivas tomadas até agora por Obama "são de valor muito limitado".
Rodríguez lembrou que o presidente dos Estados Unidos possui "amplas faculdades executivas que o permitiriam modificar substancialmente muitos elementos da aplicação do bloqueio".
Segundo ele, até agora as ações de Obama nesse sentido "não tiveram nenhum efeito significativo, e seu alcance e profundidade foram limitadísimos".
"O bloqueio imposto a Cuba persiste em sua totalidade, está em completa aplicação, não foi modificado em absoluto", assinalou o chanceler.
"O ritmo do processo de normalização das relações bilaterais dependerá do levantamento do bloqueio, dependerá da realidade do bloqueio ser modificada substancialmente, mediante a utilização das muito amplas faculdades executivas do presidente dos Estados Unidos", insistiu.
Em seu primeiro discurso na Assembleia-Geral, na segunda-feira (28) Raúl havia dito que será um longo e complexo processo para a regularização dos laços diplomáticos e agradeceu o apoio dos países-membros da ONU ao fim do embargo.
Raúl também deixou claro que Cuba exige que os EUA devolvam o território de Guantánamo, onde o governo americano mantém uma base naval.
Ele pediu ainda o fim de "programas subversivos" e uma compensação pelos anos em que a ilha sobreviveu ao embargo. "Que compense o nosso povo pelos danos humanos e econômicos que ainda sofre", disse.
Mais cedo, em seu discurso, o próprio presidente dos EUA, Barack Obama, pediu que o Congresso americano acabe com o embargo imposto ao governo cubano.
"Teremos de ser suficientemente fortes para admitir que o que está sendo feito não funciona", afirmou Obama. "Confio que o nosso Congresso inevitavelmente levantará o embargo que já não deveria seguir vigente", acrescentou.
A Assembleia Geral vota majoritariamente a favor do fim do embargo dos EUA desde que Cuba apresentou a moção pela primeira vez, em 1992. Apenas um pequeno grupo de país já votou contra. Na votação do ano passado, 188 países apoiaram o pedido cubano e apenas dois se opuseram --EUA e Israel-- além de três abstenções.(Com agências internacionais)
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