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Ataques em Paris fazem 129 mortos e deixam 352 feridos

Do UOL, em São Paulo

14/11/2015 16h22

Em entrevista coletiva no início da noite deste sábado (14), no horário local, o procurador-geral de Paris apresentou novas informações sobre os ataques que ocorreram na noite de ontem na capital da França. De acordo com François Molins, até o momento foram contabilizados 129 mortos e 352 feridos, sendo que 99 pessoas estão em situação de saúde considerada crítica.

Molins apresentou uma cronologia dos ataques. Os terroristas usaram pelo menos dois veículos até os seis locais dos atentados, o que sugere que a ação foi coordenada entre grupos. Eles, aparentemente, teriam se divido em três equipes armadas, no período de meia hora: uma no Stade de France, outra usando um carro preto Seat, visto em vários locais onde ocorreram tiroteios, e a terceira utilizando um carro Polo VW preto.

As investigações tiveram início na noite de ontem e ainda estão em andamento.

"As informações são limitadas, ainda estamos no começo, estamos juntando as evidências para saber o que aconteceu, e por isso temos que manter o sigilo", disse Molins.

Foi confirmado que sete terroristas morreram.

O primeiro ataque ocorreu no Stade de France, às 21h20 de sexta-feira, com uma explosão no portão D (Saint-Denis, região norte de Paris). Dois corpos foram encontrados ali: um deles com um cinto de explosivos e baterias e o outro, de um pedestre. O presidente da França, François Hollande, e o ministro de Relações Exteriores da Alemanha assistiam a um jogo entre os dois países no estádio.

Logo depois, às 21h25, frequentadores do restaurante Petit Cambodge e do bar Le Carillon, no 10º distrito da cidade, foram atacados por homens armados que chegaram em um veículo preto: ali 15 morreram e 10 ficaram feridos.

Às 21h30, houve a segunda explosão no estádio. Foi encontrado o corpo de mais um homem vestindo um cinto com explosivos no portão H.

Às 21h32, um tiroteio foi registrado em frente ao bar A La Bonne Bière, no 11º distrito da cidade, com 5 mortos e 8 feridos. Cerca de 100 cápsulas de balas foram encontradas no lugar, de acordo com as investigações. O atirador havia chegado ao local em um carro preto.

Às 21h36, 19 pessoas foram mortas por atiradores no terraço do restaurante La Belle Equipe, e 9 pessoas ficaram feridas. 

Por volta de 21h40, um homem-bomba detonou seus explosivos no restaurante Le Comptoir Voltaire, no 11º distrito, ferindo gravemente uma vítima.

Também às 21h40, um carro foi estacionado em frente à sala de concertos Bataclan, onde houve o maior número de mortos. Vários atiradores entraram no local, onde se passava um show da banda norte-americana Eagles of Death Metal, e abriram fogo. Morreram 89 e muitas ficaram feridas. Os homens armados teriam feito menções rápidas ao Iraque e à Síria durante o ataque. Neste local, dois terroristas acionaram os cintos com explosivos que usavam presos ao corpo e um terceiro terrorista foi morto pela polícia. 

Às 21h53, um terceiro homem-bomba aciona seus explosivos no Stade de France.

No sábado, 0h20, forças de segurança fazem uma ação no Bataclan para libertar as vítimas mantidas reféns por cerca de duas horas dentro da sala de concertos, momento em que dois terroristas acionam seus explosivos e um outro é morto pela polícia.

Estas informações foram obtidas, em parte, a partir de imagens de câmeras de monitoramento nos locais onde ocorreram os atentados.

O que foi encontrado nos locais dos ataques

De acordo com Molins, os terroristas usavam em seus cintos explosivos do tipo TATP, feitos de forma caseira com produtos químicos comumente encontrados, e às vezes chamados de “mãe de Satã”. Esse tipo de explosivo não é facilmente identificado por cães farejadores, por exemplo. 

Os terroristas que agiram no Bataclan usaram armas automáticas do tipo Kalashnikov, e um deles tinha um passaporte sírio (cuja autenticidade ainda não foi confirmada). Foram localizados ali e em outros pontos onde os ataques ocorreram cartuchos de munição para armas de calibre 7.62 mm. 

No Stade de France, foram encontrados junto aos corpos dos homens-bomba passaportes da Síria e do Egito, também sem autenticidade confirmada.

Um deles completaria 30 anos de idade no dia 21 de novembro e era de um subúrbio em Courcouronnes (cerca de 30 km ao sul de Paris). Este homem já tinha sido fichado pela polícia francesa em 2004 e foi apontado como um extremista islâmico em 2010, mas nunca foi preso. (com agências de notícias)