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Hollande promete intensificar força em "guerra" contra EI na Síria

O presidente da França, François Hollande, faz pronunciamento a integrantes do Parlamento francês reunidos em Versalhes nesta segunda-feira (16) - Philippe Wojazer/Reuters
O presidente da França, François Hollande, faz pronunciamento a integrantes do Parlamento francês reunidos em Versalhes nesta segunda-feira (16) Imagem: Philippe Wojazer/Reuters

Do UOL, em São Paulo

16/11/2015 13h34

Três dias após os atentados que mataram 129 pessoas em Paris, o presidente da França, François Hollande, disse nesta segunda-feira (16) que a França "está em guerra" e irá "triplicar" a ofensiva contra o Estado Islâmico na Síria, em pronunciamento inédito diante de integrantes do Parlamento francês reunidos em Versalhes.

"O conjunto de porta-aviões Charles de Gaulle será enviado ao Mediterrâneo Oriental na quinta-feira para triplicar nossa capacidade de ação. Não haverá trégua", afirmou o presidente. "Vamos continuar os ataques nas próximas semanas."

Falando a 577 deputados e 348 senadores presentes, Hollande disse que os atos cometidos em Paris "são atos de guerra contra nossa juventude, contra nosso estilo de vida".

O presidente já havia mencionado o termo "atos de guerra" assim que os atentados ocorreram, e o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, já tinha afirmado que "o país está em guerra", durante entrevista a um canal de TV.

Hollande anunciou ainda que vai propor a prorrogação por três meses o estado de urgência no país e afirmou que, para isso, um projeto de lei será enviado pelo governo pedindo a extensão e mudanças na Constituição para lutar contra o terrorismo.

"Nós não estamos engajados em uma guerra de civilizações, pois estes assassinos não representam nenhuma civilização", afirmou. "Nosso país triunfou contra adversários bem mais fortes do que estes assassinos covardes."

Hollande explicou aos parlamentares que quer alterações na Constituição do país para "permitir aos poderes públicos agir de acordo com o Estado de direito contra o terrorismo e a guerra". E sugeriu a possibilidade de privar da nacionalidade francesa aqueles que já possuírem uma outra.

Ele afirmou ainda que as forças de segurança francesas receberão esforços adicionais, para que voltem aos níveis de 2007. São eles: mais 5 mil policiais nos próximos dois anos; mais 2,5 mil vagas no sistema prisional e judiciário francês; e mais 1 mil funcionários para o controle em aeroportos e fronteiras.

Além disso, a França vai pedir uma reunião no Conselho de Segurança da ONU para que sejam criadas e executadas resoluções contra o EI (conhecido na França como Daesh, na sigla em árabe).

"Os atos de guerra de sexta-feira foram planejados na Síria, organizados na Bélgica e perpetrados em nosso solo."
 
"Fazemos face a uma organização que tem fontes de renda e meios militares. (...) Destruir o Estado Islâmico é uma necessidade da comunidade internacional", afirmou Hollande, relembrando que o EI promoveu ataques, desde o começo do ano, também na Dinamarca, Tunísia, Egito, Líbano, Kwait, Arábia Saudita e Líbia.
 
"Ela [a organização] massacra a cada dia e oprime populações. A necessidade de destruí-la constitui um assunto que preocupa toda a comunidade internacional", disse.
 
Ao encerrar seu pronunciamento, Hollande afirmou: "O terrorismo não vai destruir a República pois é a República que o destruirá. Viva a República e viva a França".