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O que já se sabe sobre o ataque de 14 de julho em Nice?

Do UOL, em São Paulo

14/07/2016 23h16Atualizada em 19/12/2016 18h40

Oito meses após os ataques a Paris que resultaram na morte de 130 pessoas, a França sofre um novo atentado de grandes proporções, desta vez na cidade de Nice, no sul do país. 

Veja abaixo o que sabe até agora sobre incidente:

Como o atentado aconteceu?

Mapa de Nice (França) - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Uma multidão comemorava o feriado da Tomada da Bastilha na cidade de Nice, no sul da França, quando por volta das 23h (18h no horário de Brasília) um caminhão começou a atropelar as pessoas que estavam em uma avenida à beira-mar durante a queima de fogos.

O procurador francês François Molins afirmou que o motorista dirigiu o veículo por 2 km pela avenida e atirou repetidamente em três policiais quando foi confrontado em frente a um hotel. Durante a troca de tiros, o caminhão ainda continuou andando por cerca de 300 metros, e a polícia "encontrou o motorista morto no banco de passageiros", segundo Molins.

Vídeo mostra o caminhão acelerando sobre a multidão

UOL Notícias

Quantas pessoas morreram?

A morte de 86 pessoas foi confirmada pelo governo francês, sendo 10 crianças e adolescentes entre eles. O número de feridos chegou 202, sendo 52 em estado grave (25 deles ainda na UTI), segundo Molins.

Por que tantas pessoas estavam nas ruas?

O feriado da Tomada da Bastilha, evento central da Revolução Francesa ocorrido em 14 de julho de 1789, é a maior festa cívica do país. Segundo o presidente francês François Hollande, é um dia de comemoração à liberdade. 

Quem praticou o atentado?

Suspeito do atentado em Nice - Reprodução - Reprodução
Suspeito do ataque, Mohamed Lahouaiej Bouhlel é um tunisiano de 31 anos
Imagem: Reprodução

O suspeito do ataque com o caminhão foi identificado como Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, um tunisiano de 31 anos que era casado e tinha três filhos.

Segundo Molins, o suspeito nasceu em Túnis e morava em Nice, onde trabalhou como motorista e entregador. Ele era conhecido por um histórico de violência e roubos, acusações que vinham desde 2010, e foi preso por uso de uma arma no último mês de janeiro. Em março, a acusação lhe gerou uma condenação de seis meses. Ele, porém, não estava no radar dos serviços antiterroristas. 

O procurador afirmou que o suspeito alugou o caminhão no último dia 11, e deveria ter devolvido dois dias depois. Na cabine do caminhão foram encontradas armas e munição. A polícia ainda apreendeu a carteira de motorista.

A polícia francesa também deteve nesta sexta-feira (15) a ex-mulher do suspeito. Molins não detalhou as circunstâncias envolvendo a detenção e nem explicou se a mulher está sendo tratada como suspeita de ter participado do ataque de alguma maneira ou se foi apenas interrogada.

Suspeito de atentado em Nice era 'solitário' e 'silencioso', diz vizinho

AFP

Algum grupo terrorista assumiu a terrorista do ataque?

Nenhum grupo terrorista assumiu a autoria dos atentados.

O que as autoridades francesas já disseram?

Em pronunciamento oficial, o presidente da França, François Hollande, afirmou que o "caráter terrorista do atentado em Nice não pode ser negado". Hollande anunciou que decidiu manter o nível da operação de emergência, que lhe permite mobilizar dez mil oficiais. Ele irá propor ao Parlamento francês a ampliação em três meses do estado de emergência, que terminaria no dia 26 de julho.

"A França tem uma batalha longa pela frente, contra um inimigo que continua a atingir países e sociedades que têm a liberdade como um valor universal", declarou o presidente em pronunciamento na manhã desta sexta-feira.

O que disseram líderes mundiais sobre o atentado em Nice?

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, condenou "o que parece ser um horrível ataque terrorista". Ele ofereceu ajuda dos EUA nas investigações sobre o atentado.

Em nota oficial, o presidente interno, Michel Temer, disse que o povo francês foi vítima de "mais uma injustificada intolerância" e chamou o incidente de "abjeto" e "ultrajante".

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, declarou que o atentado deve promover um arrocho nas medidas de segurança durante os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio de Janeiro. E que isso pode causar transtornos ao público que irá aos eventos.

Correção: Inicialmente o texto informava erroneamente que o suspeito do atentado em Nice, na França, nasceu em 1975. Na verdade, Mohamed Lahouaiej-Bouhlel tinha 31 anos. O texto foi corrigido.