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O que se sabe até agora sobre o atropelamento desta 2ª em Londres

Do UOL, em São Paulo

19/06/2017 06h28Atualizada em 19/06/2017 20h14

No começo da madrugada desta segunda-feira (19), Londres foi palco de mais um ataque terrorista. É esse o tratamento da polícia ao atropelamento ocorrido nas proximidades de uma mesquita, na região de Finsbury Park, norte da capital inglesa. A Scotland Yard iniciou investigação, e a primeira-ministra britânica, Theresa May, convocou uma reunião para tratar do assunto. 

Até agora, o que se sabe sobre o ocorrido é o seguinte:

Quem é o autor do ataque?

A identidade do autor do ataque ainda não foi oficialmente divulgada pela polícia, mas segundo a imprensa britânica se trata de Darren Osborne, 47, casado e pai de quatro filhos, morador de Cardiff. Os parentes de Osborne também se pronunciaram. Durante a ação, ele teria dito que iria matar todos os muçulmanos.

Logo depois do ataque, o homem foi detido por pessoas que estavam no local, até que a polícia chegasse. Um líder muçulmano teria impedido o homem de ser linchado. Ele foi preso e deverá responder por homicídio.

Em pronunciamento pela manhã, um porta-voz da polícia londrina, Neil Basu, disse que ele estava sozinho no veículo, uma van, mas que a participação de outras pessoas não está descartada. Eles seguem investigando.

Quantas pessoas foram atingidas?

Ao partir para cima dos pedestres, o autor do ataque acabou atingindo 11 pessoas, todas muçulmanas. Uma delas, um homem, não resistiu aos ferimentos e morreu. 

Duas pessoas tiveram ferimentos leves e foram atendidas ali mesmo na calçada. Outras oito, porém, com lesões mais graves, foram encaminhadas pelo Serviço de Ambulâncias de Londres para três hospitais da região. A identidade das vítimas ainda não foi revelada.

Onde ocorreu o ataque?

Segundo a polícia, as vítimas foram atropeladas na Seven Sisters Road, via localizada numa área conhecida como Finsbury Park, na região norte de Londres. O incidente ocorreu praticamente em frente à estação de metrô que leva o nome de Finsbury.

A mesquita de onde vinham os muçulmanos fica perto da Seven Sisters Road e já foi um centro conhecido por ter islamitas radicais, mas mudou completamente sob nova administração. Seu antigo imã, Abu Hamza, foi preso em Nova York em 2015, acusado de terrorismo. Ele pregou nessa mesquita de 1997 a 2003, antes de ser preso por incitar a violência. 

A poucos metros do local do incidente, há uma unidade da Igreja Universal do Reino de Deus (UCKG, em inglês), do bispo Edir Macedo.

Qual a motivação do ataque?

Ainda não se sabe ao certo o que motivou a ação do homem, mas grupos apontam para indícios de islamofobia pelas ameaças específicas feitas pelo agressor contra muçulmanos.

O que dizem os que testemunharam o atropelamento?

Testemunhas dizem que o autor do ataque acelerou a van antes de atropelar a multidão. Garantem que não foi um acidente. "Eu vi tudo. As pessoas ficaram gravemente feridas. O motorista da van tentou escapar, mas as pessoas o seguraram. Ele não disse nada", afirmou uma pessoa ouvida pelo jornal britânico "The Guardian".

Já um homem identificado como Saleh Alamoudi disse ao site Buzzfeed que teria ouvido o motorista dizer "Vou matar todos os muçulmanos".

Que autoridades se pronunciaram até agora?

A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse pouco depois do ocorrido que tratava-se de um "potencial ataque terrorista", acrescentando que iria presidir uma reunião de emergência, ainda nesta segunda-feira, para tratar da questão. "Todos os meus pensamentos estão com as vítimas, suas famílias e os serviços de emergência em cena", disse ela.

Na manhã de terça, ela confirmou que se tratou de um ataque terrorista e disse que a ação atentou contra a liberdade religiosa.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirmou em sua página no Facebook ter sido um "ataque terrorista horrível". Ele pediu para que os londrinos permaneçam calmos e vigilantes.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse estar "completamente chocado". Finsbury Park encontra-se na área de atuação do político.

O Conselho Muçulmano Britânico (MCB, na sigla em inglês) qualificou o ataque como uma "violenta manifestação" de islamofobia. Seu secretário-geral, Harun Khan, pediu às autoridades britânicas um reforço urgente da segurança nas mesquitas do Reino Unido, visto que está para terminar o mês sagrado do Ramadã e começará a tradicional comemoração muçulmana de Eid ul-Fitr, do término do jejum.