Duvido que Hugo Chávez aceitaria o que Maduro fez à Venezuela, diz Guaidó
Em uma sequência de postagens nas redes sociais na noite de ontem, o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, disse duvidar que Hugo Chávez, falecido em 2013 e de quem Nicolás Maduro herdou o poder, aceitaria a situação enfrentada hoje pelo país.
"Duvido que Hugo Chávez aceitaria o que Maduro trouxe à Venezuela e à FAN [Forças Armadas Nacionais Bolivarianas]: fome, violência, repressão e medo", diz Guaidó, que complementa: "Maduro destruiu tudo começando pela constituição de 99 promovida por Chávez e defendida por nós em 2007. Depois de tanta destruição, eu me pergunto: aprovaria isso quem acreditava em Chávez? Sua filha Maria Gabriela aprovaria?".
O líder da oposição disse que estava saindo para conversar com os militares desertores. "Eles reiteram que o que há na FAN hoje é medo, necessidade e desrespeito. Eles são soldados que em algum momento tiveram uma ilusão pela carreira militar e hoje são prisioneiros do terror", disse.
Em pronunciamento oficial feito no começo da noite na Colômbia, Guaidó voltou a fazer um apelo direto aos militares venezuelanos, ao afirmar que eles não devem lealdade nem obediência a Maduro.
"Mandaram queimar a comida necessária para o povo. Senhores da Forças Armadas, vocês não devem lealdade a quem queima comida na frente de famintos. Nós vimos que queimaram remédios à frente de enfermos. Os senhores não lhes devem nenhum tipo de obediência", disse Guaidó.
Segundo ele, militares lhe contaram que "80% das Forças Armadas rechaçam Maduro". O chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, disse que 60 oficiais solicitaram refúgio na Colômbia e desertaram do Exército venezuelano.
Ainda no Twitter, Guaidó disse que participará da reunião do Grupo de Lima marcada para amanhã, para "apresentar formalmente à comunidade internacional que devemos ter todas as opções em aberto para alcançar a libertação deste país que está lutando e continuará a lutar".
O Grupo de Lima, integrado pelas nações mais povoadas do continente americano, se reunirá em Bogotá para abordar a situação na Venezuela.
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