Autoridades de Brasil e 12 países sabiam desde 6ª por onde Guaidó chegaria
Resumo da notícia
- Proibido de deixar o país, Guaidó cruzou a fronteira com a Colômbia mês passado
- Agora, no seu retorno, havia perspectiva de que pudesse ser preso
- Seu trajeto e até sua localização foram mantidos em segredo nas últimas horas
- Representantes de 13 países, inclusive o Brasil, o esperaram no aeroporto de Caracas
- Se o prendesse, Maduro poderia enfrentar reação de países como Colômbia e EUA
- Guaidó ainda tenta obter apoio de forças armadas e funcionários públicos
Diante da perspectiva de que Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, poderia ser preso pelo governo do ditador Nicolás Maduro ao pisar solo venezuelano, armou-se um esquema de segurança para o seu regresso que incluiu segredo sobre o trajeto, sua localização e meio de transporte usado na viagem de retorno.
Mas autoridades de ao menos 13 países, incluindo o Brasil, souberam na sexta-feira (1º) como Guaidó, reconhecido como interino por cerca de 50 países, voltaria para casa, dizem fontes diplomáticas ouvidas pelo UOL.
"Foi organizado em coordenação com alguns dos países do grupo de Lima", disse ao UOL um dos funcionários da diplomacia brasileira ciente da operação.
Além de membros do grupo de Lima - formado por 12 países latinoamericanos que tentam uma solução para a crise venezuelana -, estiveram presentes no esforço diplomático pró-Guaidó autoridades dos Estados Unidos e da Europa.
"Agradecemos aos embaixadores de Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Peru, Equador, EUA, Alemanha, Espanha, França, Países Baixos, Portugal e Romênia, que acompanharam nossa chegada à Venezuela, em uma demonstração do firme compromisso do mundo com a nossa democracia", escreveu Guaidó horas depois de chegar e passar sem problemas pela imigração local.
Ele chegou às 13h40 (horário de Brasília) ao aeroporto de Maiquetia, próximo a Caracas, ao lado da mulher, Fabiana Rosales, que o acompanhou na turnê que fez por países da região em busca de apoio.
Nos últimos dias, diversas versões sobre o trajeto de retorno foram ventiladas: o casal tentaria entrar por Roraima, no Brasil, ou pela fronteira colombiana. Ao chegar por uma via oficial, em voo comercial, mostrou que sua rede de apoios é mais ampla do que o chavismo esperava.
Recebido por uma multidão de apoiadores, Guaidó foi para Caracas discursar. Nos próximos dias, ele tentará convencer funcionários públicos e militares a apoiarem o que chama de "governo de transição". Ele promete convocar eleições livres na sequência.
Do lado brasileiro, esteve presente no aeroporto a conselheira Moira Pinto Coelho, do setor de assistência humanitária e refugiado da Embaixada do Brasil na Venezuela. Desde dezembro de 2017, o Brasil oficialmente não tem embaixador no país -- a vice-presidente Delcy Rodríguez o expulsou depois de o governo brasileiro criticar o regime bolivariano.
Agora, de maneira articulada com o grupo de Lima, o Brasil apoia o chamado "governo de transição", liderado por Juan Guaidó, mas ao mesmo tempo o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não descarta encontrar-se com Nicolás Maduro para tentar mediar uma saída diplomática para a crise.
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